À primeira vista apenas o frango teve bom (ou, melhor: excelente!) desempenho em agosto pois, frente a uma inflação bastante comportada (0,28% pelo IPCA-15), registrou valorização de quase 10%. Mas é apenas aparência. Porque o ganho observado no mês se deu em cima de um dos menores preços dos últimos 18 meses.
De toda forma, sob o aspecto da variação mensal, o desempenho do frango foi bem melhor que o do boi em pé e do suíno vivo, ambos com preços desvalorizados em, respectivamente, 12% e mais de 5% em relação a julho último. A cotação do boi, aliás, retrocedeu ao menor nível dos últimos três anos, registrando, nominalmente, quase os mesmos valores de agosto de 2020.
Comparativamente a agosto de 2022 não houve ganhos, só perdas. A maior foi, novamente, a do boi: quase 30% de redução. Mas frango e suíno não ficam muito atrás, visto seus preços no mês terem ficado 17% e 14% abaixo dos registrados um ano atrás.
E como tais desempenhos vêm se repetindo há meses, frango e boi fecham os dois primeiros quadrimestres de 2023 alcançando valores médios que se encontram entre 17% e 19% abaixo dos registrados nos mesmos oito meses de 2022. Ou seja: só o suíno registra algum ganho.
Mas aqui, novamente, as aparências enganam. Pois a base de comparação é que foi baixa, registrando queda de, praticamente, 10% sobre idêntico período de 2021. Ou seja: a despeito da valorização superior a 7% neste ano, o preço médio do suíno em 2023 ainda permanece aquém do alcançado entre janeiro e agosto de dois anos atrás.