Em julho, os preços do boi e suíno vivos sofreram retração em relação ao mês anterior, com perda maior para o boi em pé, cuja cotação recuou mais de 4%, retroagindo ao menor valor dos últimos 10 meses. Já para o suíno o recuo pode ser considerado baixo, de 0,62%, prevalecendo a estabilidade que tem marcado o setor desde o início do ano (variação de não mais que 7% entre preços mínimo e máximo).
Enquanto isso, os preços do frango apresentaram evolução, aumentando praticamente 5% em relação ao mês anterior. Algo que – sem dúvida – surpreende, visto que o frango tem sido o único dos três a permanecer na berlinda, em decorrência do episódio de IAAP na avicultura comercial.
O aparente disparate, no entanto, tem explicação: o aumento de julho representa nada mais que uma recuperação (ainda ligeira) dos baixos preços enfrentados no mês de junho, ocasião em que a cotação do produto sofreu fortíssimo recuo. Tanto que, a despeito da alta, ainda permanece com uma das menores cotações do ano.
Tais baixas, naturalmente, se refletem na variação anual. Assim, se em abril passado o frango vivo chegou a registrar variação de 25% em relação ao mesmo mês do ano anterior, em julho essa variação foi reduzida para apenas 13,21%. E, curiosamente, o mesmo efeito foi observado na carne suína, cuja ganho anual (nas mesmas bases) recuou de 29% em abril para menos de 11% em julho. Ou seja: o ganho maior continua concentrado no boi em pé, já que sua cotação atual vem sendo mais de 30% superior à de um ano atrás.
Isso tudo se repete, quase nas mesmas proporções, quando consideradas as médias dos sete primeiros meses de 2025. Considerado o mesmo período de 2024, a cotação do boi aumentou mais de 35%, a do suíno perto de 24% e a do frango vivo 15%, aproximadamente.
Desafios maiores estão reservados para os três setores a partir da próxima semana. É quando entram em vigor o tarifaço de 50% imposto pelos EUA ao produto brasileiro exportado para aquele país.