Surpreendentemente, as exportações brasileiras de carnes in natura no encerramento de 2023 apresentaram, em termos de volume, comportamento superior à média alcançada nos onze primeiros meses do ano. No caso, o crescimento mais modesto foi o da carne suína, cujo volume aumentou perto de 4% em relação a dezembro de 2022. Já a carne de frango, com aumento anual de 23%, obteve o segundo melhor resultado do ano, enquanto a carne bovina, com pouco mais de 208 mil toneladas, cravou não só o maior volume de 2023, mas o melhor resultado mensal de todos os tempos.
Em outras palavras, a carne bovina reverteu a queda de volume que vinha acumulando até novembro: encerrou o exercício registrando aumento de 0,77% sobre 2022 e, pela primeira vez, superou a marca anual dos 2 milhões de toneladas.
Por seu turno, o índice de aumento das carnes de frango e suína ficaram muito próximos – de 8,82% e 7,43%, respectivamente – o que significou, para ambas, também novo recorde anual. No total, exportaram-se pouco mais de 7,9 milhões de toneladas das três carnes, resultado que representou aumento próximo de 6,5% sobre o ano anterior e de expressivos 32% sobre 2019, ano pré-pandemia.
O bom desempenho no volume embarcado não se repetiu no preço obtido no mercado internacional. Assim, no ano, apenas a carne suína apresentou ligeira melhora de preço (+1,83%), enquanto as carnes de frango e suína viram seu preços recuarem 7% e 20%, respectivamente.
Mesmo assim, somente a carne bovina enfrentou recuo na receita cambial, com queda próxima de 20%. A da carne de frango aumentou pouco mais de 1%, enquanto a receita da carne suína ficou perto de 9,4% acima da registrada em 2022, ambas registrando recordes históricos de receita.