Profundamente afetados pelo caso de IAAP na avicultura comercial (que levou à quase total interrupção das vendas externas) e totalizando apenas 313.808 toneladas, os embarques brasileiros de carne de frango de junho passado foram quase um quarto menores que os de um ano atrás, retrocedendo a níveis que não eram observados desde 2020 quando, devido à pandemia de Covid-19, ocorreu paralisação quase geral no comércio mundial.
Com a carne bovina ocorreu exatamente o oposto: seus embarques no mês de junho, da ordem de 241 mil toneladas, aumentaram 25%, índice que só ficou aquém daquele registrado pela carne suína, cujo volume aumentou 30% em relação a junho de 2024, atingindo nível – 122.132 toneladas – que representou recorde histórico.
A despeito da forte retração no volume, a carne de frango conseguiu manter estabilidade no preço, que aumentou pouco mais de meio por cento. Já os acréscimos de preço obtidos pelas carne suína e bovina foram bastante significativos, de 11,3% e 22% respectivamente.
O efeito disso, claro, é observado na receita cambial. A da carne suína aumentou 45% e totalizou, no mês, US$320,7 milhões; a da carne bovina registrou aumento de quase 53% e ultrapassou US$1,313 bilhão. Foram esses desempenhos que garantiram incremento (de mais de 20%) na receita das carnes in natura no mês, porquanto a receita da carne de frango recuou 22,5% em relação a junho/24, ficando limitada a pouco mais de US$564 milhões.
Os dados incluem apenas as carnes in natura. Assim, os resultados finais relativos ao semestre devem subir significativamente, pois o produto in natura representa não mais que 90% das exportações das carnes bovina e suína. Na carne de frango o percentual é bem maior já que, pelos dados do MAPA e até maio passado, o produto in natura representou 97,5% do total exportado.