Os últimos dados da SECEX/ME sobre as exportações de carnes, abrangendo agora as três primeiras semanas de fevereiro (1 a 17, mas apenas dez dias úteis, pois a segunda e a terça-feira de Carnaval não são considerados dias úteis) trazem resultados bem mais animadores do que os expostos na divulgação anterior.
Assim, pelos novos dados, as exportações de carne bovina vêm sendo, pela média diária, quase 50% superiores às de um ano atrás, enquanto as de carne suína registram aumento de, praticamente, 20%. Quer dizer: o menor aumento é o da carne de frango (+14%), mas ainda assim em índice substancialmente superior ao registrado nas duas primeiras semanas de fevereiro (+3% nos sete primeiros dias úteis do mês).
Além disso, ainda que permaneça negativo em relação ao de um ano atrás, o preço médio das três carnes dá sinais de recuperação, desempenho que combinado com o expressivo aumento no volume sinaliza, agora, reversão e aumento anual na receita cambial (pela média diária, de quase 40% a da carne bovina, de perto de 10% a da carne suína e de pouco mais de 5% a da carne de frango).
Devagar, porém, com tais indicações. Pois elas têm caráter apenas contábil. Ou seja: com certeza, os embarques não foram suspensos por conta do Carnaval. Mesmo em menor escala, devem ter prosseguido na segunda e terça-feira da semana passada. E isto influencia sensivelmente as médias diárias até aqui registradas.
À guisa de exercício e supondo que os volumes já embarcados correspondam a 55% do total mensal, a carne de frango deve chegar às 400 mil toneladas, a bovina às 200 mil toneladas e a suína às 85 mil toneladas, todas registrando aumento em relação a fevereiro de 2023.
Por ora, a carne bovina alcança 83% do total exportado há um ano, enquanto entre as carnes de frango e suína esse índice é de 63% e 66%, respectivamente. Já em termos de receita esses índices são ligeiramente menores – de, também respectivamente, 77%, 58% e 61% do total – o que reflete a queda no preço médio das três carnes.