A nota dissonante na exportação brasileira de carnes continua vindo da carne bovina. Que, com a continuidade dos embarques para a China suspensos, abriu novembro de 2021 (20 dias úteis, como novembro do ano passado) sinalizando para o mês redução de 37% no volume embarcado e de 29% na receita cambial. E o índice de queda na receita é menor que o índice de queda no de volume porque o produto continua em valorização, seu preço médio abrindo novembro com incremento anual de quase 13%.
Já as carnes suína e de frango permanecem com boa evolução. A suína, pelos dados iniciais do mês, pode ter seu volume aumentado em quase 60% em relação a novembro de 2020 e chegar às 120 mil toneladas, superando novamente os embarques de carne bovina e registrando novo recorde mensal. Mas a receita apresentará evolução proporcionalmente menor (incremento em torno de 45%), porque seu preço médio, pelo “efeito China” permanece em queda, registrando redução de 8% em comparação ao que foi registrado em novembro de 2020.
As melhores expectativas, porém, estão depositadas na carne de frango. Pois o volume médio embarcado nos primeiros dias úteis de novembro superou ligeiramente as 24 mil toneladas diárias, aumentando quase 50% em relação ao mesmo mês de 2020 e sinalizando, para a totalidade do mês, volume de, aproximadamente, 484 mil toneladas e o dobro da receita alcançada um ano atrás.
É provável, no entanto, que todos os valores apresentados tenham se distribuído pelos cinco primeiros dias de novembro e não por apenas três, como fez a SECEX/ME (para o poder público federal os dias 1 e 2 de novembro são de ponto facultativo). Assim, é visível a tendência de diluição dos valores ora divulgados.