Completadas as três primeiras semanas de abril de 2023 (ou 13 dos 18 dias úteis do mês), as exportações de carne suína praticamente se igualam às de carne bovina – fato, senão inédito, raríssimo na história recente das exportações brasileiras de carnes.
Uma retrospectiva dos últimos 15 anos mostra que, na média, o volume mensalmente exportado de carne suína tem correspondido a 55% do volume de carne bovina. Mas em outubro de 2021 – única exceção – ele superou em 8% o de carne bovina. Foi quando o País sofreu, por longos 100 dias, embargos externos em decorrência de casos atípicos de vaca louca.
O motivo agora é o mesmo. Mas não se restringe a ele. Porque, depois de atingir picos históricos de volume e de preço em meados de 2022, a carne bovina vem enfrentando retração continua, impactada agora pelo caso atípico (já equacionado) de vaca louca no estado do Pará.
Até aqui, os embarques de carne bovina somam 72.445 toneladas, menos de 2% a mais que as 71.171 toneladas de carne suína já registradas e que correspondem a 87,28% do total registrado em abril de 2022. Já o volume de carne bovina embarcado (transcorridos 72% do corrente mês) alcança menos da metade (46%) do total de um ano atrás.
Mais significativos, porém, são os resultados da receita cambial da carne suína. Pois enquanto a da carne bovina está limitada a pouco mais de um terço do auferido há um ano, a da carne suína já chega, praticamente, a 100% do valor registrado em abril do ano passado.
A carne de frango, por seu turno, continua liderando a receita das carnes, respondendo por cerca de 53% do total cambial. Embarcou (em 13 dias úteis) pouco mais de 310 mil toneladas, 80% do alcançado há um ano. Mas como continua registrando queda na preço médio, sua receita apresenta índice de evolução ligeiramente menor, de 78%.
De toda forma deve corresponder a novo recorde para um mês de abril e alcançar volume em torno das 410 mil toneladas. Os embarques das carnes bovina e suína não devem ir muito além das 100 mil toneladas cada.