Sinalizadores do desempenho mensal do setor, os primeiros resultados de junho relativos às exportações das carnes bovina, suína e de frango são, sem dúvida, alvissareiros, pois – para seis dos 21 dias úteis do mês (28,5% do total de dias úteis) – revelam que os volumes já embarcados correspondem a mais de 40% do registrado há um ano, neste mesmo mês.
Porém, analisando-se as médias diárias registradas (aumento anual de quase 43% para a carne de frango e de mais de 60% para as carnes bovina e suína) será natural concluir que algo está fora da curva. Ou seja: os números podem estar sendo engrossados por restos vindos do mês anterior (ocorrência natural a cada novo início de mês) e/ou ainda por embarques efetuados inclusive no feriado de Corpus Christi.
Em outras palavras, esses indicadores tendem a sofrer diluição no decorrer do mês. O que não muda é o preço médio, que permanece negativo para as carnes bovina e de frango, registrando quedas de, aproximadamente, 25% e 10%, respectivamente.
A retração, no entanto, não deve ser encarada como um retrocesso e, sim, como uma readequação ao mercado. Especialmente porque, um ano atrás, nesta mesma época, as duas carnes, bovina e de frango, alcançaram preços que se constituíram em recordes históricos e que chegaram a registrar aumento anual de até 30%. Assim, os preços atuais correspondem – pode-se dizer – a um retorno aos níveis normais.
O mesmo se aplica à carne suína que, no decorrer de 2022, sofreu fortes baixas, apresentando desempenho oposto ao das carnes bovina e de frango. Assim, o ganho atual de 7% no preço médio da carne suína também representa retorno ao normal.