Especialista da Trouw Nutrition explica funcionamento do sistema gastrointestinal de leitões e sua atuação no controle dos agentes patogênicos.
Mesmo que aparentem estar com boa saúde intestinal na fase inicial de vida (período de lactação), os leitões no período de transição da desmama para a fase seguinte, quando são separados das fêmeas lactantes, enfrentam grandes desafios de estresse causando problemas gastrointestinais. Durante o processo da maturação intestinal e do sistema imune em leitões recém-nascidos, a microbiota exerce função essencial no desenvolvimento de um sistema imunológico competente. O processo de maturação inclui as atividades metabólicas que resultam no melhor aproveitamento de energia e nutrientes absorvíveis.
A mudança de uma dieta para outra é motivo de estresse e pode gerar uma disbiose, ou seja, um desequilíbrio na estrutura da microbiota. Desta forma, leitões recém desmamados, apresentam o pH gástrico elevado, o qual, ainda não atinge o pH de um animal adulto que é pH de 2,5 a 3. Andréa Silvestrim, gerente de programa de Suinocultura da Trouw Nutrition, reforça que essa situação é ideal para a proliferação de patógenos e é um enorme desafio para o desempenho do leitão, já que a absorção dos nutrientes é afetada negativamente.
Andréa também explica que as enzimas do estômago que digerem proteínas – como a pepsina – requerem pH baixo para serem ativadas. “Enquanto estão sendo amamentados, os leitões recebem altos níveis de lactato presente no leite da porca, o que inibe a secreção de ácido clorídrico (HCI). O lactato mantém o pH do estômago em níveis adequados para digestão eficiente dos nutrientes do leite. No desmame, a falta desse recurso no novo alimento somado a outros fatores, como estresse da adaptação, contribui para o aumento do pH, muitas vezes acima de 4”, alerta a especialista.
Os suínos adultos conseguem regular a secreção de ácido clorídrico pelas células parietais. Mas, no caso dos leitões recém-desmamados, a situação é diferente: seu pH gástrico é mais elevado e variável quando comparado aos animais adultos. Isso porque a função do HCl no estômago é eliminar agentes patogênicos, protegendo o leitão de infecções.
“Período pós-desmame, mudança de ambiente e adaptação de consumo de ração, causa estresse e ocorre proliferação de outros micro-organismos, como bactérias e fungos, que prejudicam o desempenho do animal. Nessa fase, o produtor precisa lançar mão de recursos que possibilitem a redução do pH no estômago dos leitões. Conhecidos por sua eficácia, os ácidos orgânicos são recomendados para esse período tanto via água de bebida como nas rações. A estratégia do uso de ácidos orgânicos tamponados, comprovadamente eficazes para o controle de bactérias patogênicas, suporta a digestão e a barreira natural contra bactérias gram-negativas e gram-positivas. As composições sinérgicas (misturas) de ácidos orgânicos tamponados de cadeia curta e ácidos de cadeia média são fundamentais para que cada ácido orgânico possa atuar em seu meio (pKa) e obter sua dissociação, visando um possível controle do crescimento bacteriano “, explica a gerente da Trouw Nutrition.
De forma natural, os ácidos orgânicos contribuem para promover a alta performance do animal, melhorando o desempenho zootécnico, com a vantagem de ser usados a longo prazo sem riscos de resistência antimicrobiana. “O controle da saúde intestinal do suíno é um trabalho integrado da microbiota presente no interior do intestino e da barreira intestinal. A microbiota estável e diversificada é importante para uma ótima digestibilidade e saúde intestinal. A barreira intestinal previne problemas relacionados aos patógenos intestinais e às toxinas. A interação contínua desses dois fatores é a melhor forma de prevenir infecções e doenças“, reforça Andréa Silvestrim.
Como proposta de solução, Andréa recomenda Presan FX, da linha Selko®, para uso nas rações após o desmame dos suínos. “Presan FX é uma mistura sinérgica de composto fenólico, C12 de liberação lenta, butiratos de liberação controlada, MCFAs e outros ácidos orgânicos. A atenção voltada para o sistema gastrointestinal nessa fase também resulta em melhor consumo diário de ração, ganho diário de peso, conversão alimentar e redução no uso de antibióticos“, completa Andréa Silvestrim.