Em novas projeções para 2025, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que as exportações de carne bovina da Austrália e do Brasil devem aumentar, compensando amplamente a oferta exportável mais restrita em outros mercados. A forte demanda nos principais mercados provavelmente impulsionará ambos os países a novos recordes na exportação do produto, afirma o órgão.
Mas os maiores ganhos são previstos para a carne de frango, “devido à sua versatilidade e competitividade de preço em comparação com outras proteínas animais”. O Brasil, maior exportador mundial, será – palavras do USDA – “o principal beneficiário dessa expansão comercial”.
Já as exportações de carne suína do Brasil devem aumentar em 2025, mas não em volume suficiente para compensar a redução que deve ocorrer por parte da União Europeia e dos EUA. A demanda estagnada por parte da China, provavelmente levará os principais exportadores a mudarem o foco para outros mercados, na Ásia e na América Latina – completa o USDA.
E o que está sendo antevisto para o Brasil em termos de volume?
Frente a um incremento mundial de pouco mais de meio por cento, as exportações brasileiras de carne bovina podem aumentar mais de 4% e passar (pelos números do USDA) de 3,600 para 3,750 milhões de toneladas.
Já na carne de frango, frente a um aumento mundial superior a 2%, as exportações do Brasil tendem a aumentar apenas 1,8%, passando de 5,000 para 5,090 milhões de toneladas. Frente a estes indicativos pergunta-se: como é que o USDA sinaliza que o Brasil será o principal beneficiário dessa expansão se o incremento brasileiro tende a ser inferior à média mundial?
A resposta: porque o Brasil detém a maior parcela – 36% – das exportações mundiais de carne de frango e vai continuar mantendo esse índice de participação. Aliás, das 176 mil toneladas adicionais ora previstas para este ano, o Brasil deve responder por mais de 50%.
No tocante à carne suína o USDA – como mostra o gráfico abaixo – está prevendo uma redução de volume próxima de 1,5%. Mas isso não abrange as exportações brasileiras que, pelo contrário, podem aumentar quase 8%, passando de 1,485 para 1,600 milhão de toneladas. Se tais resultados se consolidarem, a participação brasileira nas exportações mundiais de carne suína aumentará mais de 10% no corrente exercício, subindo de pouco mais de 14% para perto de 16%.