Os embarques brasileiros de carne suína, considerando-se produtos in natura e processados, atingiram volume recorde em agosto, tendo-se como base a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), iniciada em 1997.
De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, em agosto, o Brasil embarcou 114,7 mil toneladas de carne suína, quantidade superior à recorde anterior, de 110,9 mil toneladas, registrada em setembro de 2021. O volume embarcado em agosto foi também 20,8% maior que o de julho e expressivos 27,6% acima do exportado em agosto de 2021.
Em termos financeiros, a receita obtida com as exportações de carne suína em agosto somou R$ 1,37 bilhão, 16% maior que a arrecadada em julho e significativos 26,1% superior à de agosto/21.
Quanto aos destinos da carne nacional, a China segue como o principal parceiro comercial do Brasil, tendo importado 49,2 mil toneladas do produto nacional em agosto, 28,1% a mais que a quantidade de julho e o equivalente a 43% do total embarcado pelo Brasil durante o mês. Vale lembrar que, tradicionalmente, o país asiático eleva as aquisições no segundo semestre, visando a formação de estoques, devido a eventos festivos, como a Golden Week, ou Dia Nacional da China, que ocorre no começo de outubro, e o Ano Novo Chinês, comemorado entre janeiro e fevereiro.
Além disso, outros importantes parceiros comerciais do Brasil também elevaram suas aquisições em agosto, especialmente os de origem asiática. O último mês também foi marcado pelo início dos envios de carne suína a um novo mercado, o canadense, que foi importou 50,8 toneladas do produto nacional. Apesar de o volume não ser expressivo, já evidencia resultados da busca do setor em tentar diversificar os parceiros comerciais e valida a qualidade da carne suína brasileira, tendo em vista que o Canadá tem um dos maiores padrões de exigência do mundo.
Relação de troca e insumos
Mesmo com a valorização do milho em agosto, o poder de compra dos suinocultores paulistas registrou sua sexta alta mensal consecutiva, favorecido pelos aumentos do preço do vivo comercializado no mercado spot. Frente ao farelo de soja, o poder de compra do produtor também cresceu, visto que o insumo se desvalorizou no último mês.
Carnes concorrentes
Os preços médios da carne suína registraram aumento significativo em agosto, enquanto as carnes bovina e de frango se desvalorizaram. Esse movimento resultou na perda de competitividade da proteína suinícola frente às concorrentes.