A Mundo Agro divulga hoje o estudo que traz o panorama do cenário macroeconômico brasileiro com foco no Copom. Os especialistas do Rabobank, Maurício Une e Renan Alves, trazem uma análise sobre os tópicos abaixo:
– Externamente, os presidentes dos EUA e da China concordaram em continuar as negociações comerciais para resolver disputas sobre tarifas e minerais raros. Ainda sobre comércio, o presidente Trump elevou as tarifas de aço e alumínio para 50% com o objetivo de apoiar os fabricantes nacionais e garantir a segurança do país. Domesticamente, Gabriel Galípolo ressalta a surpreendente resiliência da economia, defende juros elevados para ancorar expectativas, e indica que o BC continua debatendo o ciclo de alta. Governo e Congresso continuam em negociações para definir os detalhes finais que buscam opções à elevação do IOF. Nossa visão: a incerteza tarifária e geopolítica permanece, diminuindo otimismo do começo do ano e o dólar terminou a semana anterior em R$ 5,5600, isto é, o real apreciou-se em 2,9% frente ao dólar (o melhor desempenho semanal entre 24 moedas emergentes). Mesmo assim, a fraqueza do dólar tem sido generalizada. Assim, vemos o dólar cotado a R$ 5,90 ao fim de 2025.
– IGP-DI apresenta forte desaceleração. O IGP-DI perde força e recua a -0,85% m/m em maio (mercado: -0,69% m/m; Rabobank: -0,57%; abr: 0,30%; mai24: 0,87%). Os preços ao produtor recuaram puxados por grãos, carne e minério de ferro. Produção industrial (PI) surpreende negativamente. Em abril, a PI registrou alta de 0,1% m/m (mercado: 0,4%; Rabobank: 1,0%; mar-25: 1,2%). Entre as atividades, 11 das 25 registraram alta na margem, com destaque para Bens de Capital e Bens de Consumo Duráveis
– Balança comercial decresce com importações em alta devido a atividade econômica ainda aquecida. Em maio, a balança comercial registrou um superávit de US$ 7,2 bilhões (mercado: 8,3 bi; Rabobank: 8,5; abr-25:7,6 bi; mai-24: 8,3). Ajustamos levemente nossa projeção de saldo comercial de US$ 76,9 bilhões para 74,7 bilhões para 2025, devido ao recuo nos preços das commodities.
– A seguir, a atenção do mercado volta-se para a divulgação do IPCA de maio (ter.). Esperamos alta de 0,30% m/m (5,37% a.a.). Além disto, há vendas de varejo de abril (qui.), projetamos -1,4% m/m (1,8% a.a.) e para o varejo ampliado -1,5% m/m (2,4% a.a.); para o volume de serviços de abril (sex.) projetamos -0,2% m/m (1,7% a.a.).
– Na região, o destaque é a decisão de juros do Peru (qui.), onde esperamos a manutenção em 4,50%. Além disto, no Chile, teremos divulgação de exportações, importações e balança comercial de maio (seg.)—isto é, US$ 8,951 bi, US$ 7,221 bi, US$ 1,729 bi, respectivamente— e, na Colômbia, teremos IPC de maio (seg.), onde esperamos alta de 0,39% m/m (5,12% a.a.) para o IPC cheio e 0,39% m/m (5,27% a.a.) para o núcleo, além de varejo, manufatura e indústria de abril (sex.) projetados em 7,9% a.a., 1,8% a.a., –3,2% a.a., respectivamente.