A colheita de soja 2023/24 no Rio Grande do Sul atinge na semana passada 94% das lavouras. “Áreas remanescentes de soja, ainda sujeitas à colheita, localizam-se predominantemente na metade Sul do Estado. Porém, o novo período de condições climáticas adversas dificultou a operação, e a área colhida avançou 3% em relação à semana anterior”, disse a Emater em relatório. “No extremo Sul, não houve a possibilidade de colheita da soja em função da recorrência de chuvas e, na região da Campanha, houve alguns períodos de sol, que permitiram a poucos produtores acessar as lavouras de melhor drenagem para realizar a atividade”, revelou.
De acordo com a Emater, a alta umidade dos grãos e a presença de grãos avariados causam obstrução nas máquinas colhedoras. “Além disso, a estatura das plantas está baixa, em decorrência do excesso de chuvas durante o período de desenvolvimento vegetativo, o que provoca a fixação de vagens muito próximas ao solo.”
Quanto ao milho, a umidade e a nebulosidade também dificultam a colheita – os grãos não atingem a maturação nem o teor de umidade necessários para a operação. A retirada dos grãos atinge 93% da área semeada. “Nas regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Central e Campanha ocorreram danos qualitativos expressivos, que praticamente inviabilizam o uso e a comercialização dos grãos colhidos: muitas ocorrências de fungos, micotoxinas e germinação na espiga”, informou a empresa.
Sobre o arroz, a Emater diz que a colheita “prosseguiu durante as pequenas janelas temporais com melhores condições climáticas e se aproxima da conclusão”. Em Bagé, da área total cultivada na região, estimada em 359.115 hectares, restam cerca de 9 mil hectares a serem colhidos, incluindo algumas áreas com possíveis perdas totais. Em Maçambará, a colheita foi concluída, e a produtividade média é de 7.523 kg/ha. “Contudo, em função das chuvas constantes e dos ventos fortes, houve queda expressiva de 20% a 30% na produtividade.” Em Quaraí, a colheita foi concluída, e as produtividades estão ligeiramente abaixo das expectativas iniciais. “Os produtores estão animados com a produtividade obtida, pois os preços do arroz se mantêm elevados, mesmo durante o período de colheita”, disse a Emater.