Simples assim: Se o presidente da empresa declara que as carnes brasileiras não servem para as lojas francesas do Carrefour, também não servem para as dos demais países. Frente a essa lógica, empresas brasileiras produtoras das carnes bovina, suína e de frango começaram a suspender as entregas ao Carrefour no Brasil, o que inclui também o atacarejo da empresa (Atacadão, o maior atacadista do Brasil em número de lojas) e o Sam’s Club.
Quase meia centena de entidades – ou, praticamente, todos os órgãos representativos do setor – abraçam e incentivam o movimento que, inclusive, recebe informalmente o apoio do Ministro da Agricultura e do Presidente da República. Até mesmo a Federação paulista dos Hotéis, Bares e Restaurantes concita seus associados a boicotarem o Carrefour. E, no Congresso Nacional, começam os movimentos pela abertura de uma “CPI do Carrefour” – para avaliar não a presente ocorrência, mas outros fatos negativos anteriores envolvendo a empresa.
A solução do imbróglio depende apenas de uma retratação pública ou pedido formal de desculpas do presidente do Carrefour que, segundo se informa, vem sendo questionado até mesmo pelo Conselho de Administração da empresa. Aguardam-se os próximos capítulos da novela. Que pode se alongar.