Um grupo de entidades, em conjunto com secretários do Estado, assinaram na semana passada um manifesto firmando compromisso em formar uma rede chamada RS FoodTech Alliance, que buscará tornar o Rio Grande do Sul um polo de excelência quando o assunto é inovação em sistemas alimentares, cadeia que vem se consolidando no século XXI. O ato ocorreu dentro da programação do primeiro dia do South Summit Brasil, em Porto Alegre.
As foodtechs são empresas que inovam na forma de produção e consumo de alimentos e agregam valor aos setores agropecuário e gastronômico. Atualmente, há cerca de 30 startups no Rio Grande do Sul e 300 no Brasil, promovendo negócios associados à cadeia da alimentação.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, que participou da assinatura do manifesto, destacou que a Secretaria, sendo responsável pelo fomento e desenvolvimento de um segmento econômico que gera cerca de 40% do PIB gaúcho, se coloca como parceira para que esta iniciativa gere bons frutos. “Não poderíamos nos furtar de trabalhar qualquer item que venha incentivar inovação e tecnologia e a união de forças para o crescimento do Estado, sob o ponto de vista ambientalmente correto, socialmente adequado, de união de entidades e de fomento à atividade agrossilvipastoril como o principal mote das nossas atividades”, acrescentou Lopes.
O diretor executivo da Agência de Desenvolvimento e Inovação Local (Agil), Cristiano Zanin, um dos coordenadores deste movimento, explicou que a intenção da criação da RS FoodTech Alliance é aproximar os ecossistemas de inovação e de conhecimento, mapeando as startups ligadas aos alimentos e promovendo uma integração entre todos os atores. “Sabemos da importância do agro e da inovação, mas ainda não estão aprofundadas no Rio Grande do Sul as questões relacionadas às tecnologias voltadas aos alimentos, as Foodtechs, que são uma vertente muito importante, capaz de gerar mais valor agregado à cadeia de alimentos no Estado”, avalia Zanin.
A RS FoodTech Alliance nasce agregando conhecimento de quatro polos do Rio Grande do Sul – Lajeado, Porto Alegre, Rio Grande/Pelotas e Santa Maria, envolvendo instituições como Tecnovates/Univates; Tecnopuc/Pucrs; Universidade Federal de Santa Maria; Embrapa Alimentos; Sebrae RS; secretarias estaduais da Agricultura (Seapdr), do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), prefeituras e outras entidades.
Para o representante do Coletivo Sabores Urbanos, Rogério Carvalho de Assis Brasil, o Rio Grande do Sul larga na frente de outros estados ao criar esta rede de fortalecimento deste mercado. “O Rio Grande do Sul é expoente neste meio, trabalhando com alimentos do futuro, fazendo com que tenhamos uma infinidade de processos mitigados para levar cada vez mais alimentos saudáveis para a mesa dos brasileiros e do mundo”, acrescentou Assis Brasil, ao mencionar exemplos de startups que trabalham com beneficiamento do bagaço da azeitona, microencapsulação de probiótico, inserção de ômega 3 em produtos cárneos e hambúrgueres à base de plantas.
Além de mapear potenciais, a RS FoodTech Alliance pretende desenhar políticas e programas de apoio, buscar linhas de financiamentos e incentivar a criação e expansão de negócios inovadores em todas as áreas dos sistemas alimentares.
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