Os dados mensais da FAO sobre as exportações mundiais das carnes bovina, suína e de frango apontam – em relação às exportações brasileiras – que a suína foi a única das três carnes a chegar a julho passado com valor superior ao de três anos atrás.
Em alta praticamente continua desde janeiro de 2024 (com breve exceção no início deste ano), a carne suína exportada pelo Brasil foi comercializada em julho passado por pouco mais de US$2.630,00 a tonelada, valor 10,5% superior aos cerca de US$2.381,00/tonelada de julho de 2022.
Interessante observar, a propósito, que há três anos a diferença de preço entre a carne suína e a de frango não chegou a 10%. Em julho último essa diferença subiu para, praticamente, 45%, como efeito não só da valorização do produto, mas também da desvalorização da carne de frango, sobretudo após o episódio de IAAP na avicultura comercial.
Considerado sobretudo este último aspecto, a carne de frango vem registrando desvalorização contínua no decorrer do tempo. No ano passado, entre janeiro e agosto, deu sinais de reativação. Mas a partir daquele mês passou a registrar quedas de preço, agravadas nos três meses encerrados em julho último, ocasião ao em que foi cotada por US$1.814,68/tonelada, valor mais de 17% inferior aos US$2.192,00/tonelada de julho de 2022.
Curiosamente, a carne bovina – que não enfrentou entraves do gênero da carne de frango e que ultimamente vem registrando continua e forte valorização – também iniciou o 2º semestre de 2025 registrando preço inferior ao alcançado há três anos. E com diferença a menos não muito diferente da experimentada pelo frango, pois seu preço mais recente – US$5.545,51/tonelada – ainda se encontra 15,3% aquém dos US$6.549,00/tonelada apontados pela FAO para julho de 2022.
Como sofreram quase o mesmo nível de desvalorização (diferença de menos de dois pontos percentuais), as carnes bovina e de frango mantêm agora quase a mesma relação de preços de 2022 – cerca de três toneladas de carne de frango propiciando a mesma receita alcançada com uma tonelada de carne bovina.
Já com a carne suína essa relação sofreu forte alteração. Se, em 2022, uma tonelada de carne bovina gerava receita equivalente à obtida com a exportação de 2,750 toneladas de carne suína, agora essa relação caiu cerca de um quarto, pois a receita obtida com uma tonelada de carne bovina corresponde a menos de 2,1 toneladas de carne suína.