Após o ciclo de altas que vem marcando os produtos agropecuários desde, praticamente, 2020, seria de esperar que em algum momento começasse a ocorrer a acomodação dos preços. Mas maio corrente acabou revivendo velhos momentos de safra, pois, no mês, os cinco produtos analisados registram queda em relação ao mês anterior.
Comparativamente ao mesmo mês do ano passado, frango vivo e boi em pé registram evolução positiva, o que não ocorre com o suíno e as duas principais matérias-primas do setor, milho e farelo de soja.
Já na média dos cinco primeiros meses de 2022, apenas o suíno vivo permanece com um valor médio inferior ao alcançado entre janeiro e maio do ano passado. Nesta base de comparação, o melhor resultado vem sendo obtido pelo frango vivo, cuja correção no preço médio alcança índice superior ao da inflação acumulada no período.
Tais resultados deixam a impressão de que, finalmente, os preços obtidos pelo criador já não apresentam, relativamente, grande diferença em comparação às duas matérias-primas essenciais na produção animal.
A realidade, porém, é que isso está longe de acontecer. Para comprovar, basta comparar os valores atuais com aqueles de três anos atrás – isto é, antes que ocorresse a explosão de preços do milho e do farelo de soja e antes que o mundo enfrentasse a pandemia. Pois enquanto milho e farelo de soja registram aumento de, praticamente, 139% e 135%, respectivamente, o boi em pé tem um aumento de 116%, o frango de 77% e o suíno vivo de menos de 45%.