A evolução dos programas de bem-estar animal nas agroindústrias abriu a programação do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS) nesta terça-feira (12). O evento está sendo realizado no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC) e é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet). Nos três dias, acontece também a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.
Painel reúne BRF, Frimesa, Pamplona e JBS para debater práticas que transformam a produção
O painel Sustentabilidade e Bem-estar animal reuniu representantes da BRF, Frimesa, Pamplona e JBS para debater no SBSS as práticas que transformam a produção. Ele foi composto por, com Fabrício Murilo Beker, Vamiré Sens, Josiane Busatta, Kauany Dalle Molle. Eles debateram como as agroindústrias têm incorporado práticas éticas e sustentáveis em suas cadeias produtivas.
O painel contou com a participação da Médica Veterinária e mestre em Zootecnia pela USP, Josiane Busatta, referência em programas de bem-estar animal, responsável pelas três cadeias produtivas (frango, perus e suínos), e lidera compromissos públicos e certificações dentro da BRF. Ao lado dela esteve a Médica Veterinária, Kauany Dalle Molle Navarro, especialista em Higiene, inspeção e tecnologia de produtos de origem animal e pós-graduanda em Manejo e sanidade de suínos pela PUC-PR. Desde o início da carreira atua na área de suinocultura industrial e atualmente trabalha como responsável técnica e à frente das ações de bem-estar animal na Frimesa de Assis Chateaubriand (PR).
O Engenheiro Agrônomo com mais de duas décadas de experiência, responsável pelo relacionamento e suporte técnico dos produtores, Fabricio Murilo Beker, é pós-graduado em Gestão Empresarial e Marketing, pós-graduado em Suinocultura Industrial e Mestre em Tecnologia e Ambiente, representou a Pamplona Alimentos S/A, onde atualmente é Gerente de Fomento Agropecuário. Entre os palestrantes também esteve o Gerente Executivo de Sustentabilidade Agropecuária, Conselheiro Fiscal da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Presidente da Câmara de Integração Agropecuária da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Médico Veterinário, Vamiré Luiz Sens Júnior, que representou a Seara Alimentos (JBS). Ele é mestre em bem-estar animal, possui MBA em Agronegócio e possui mais de 20 anos de experiência de agroindústria, com atuação em frigorifico, agropecuária e projetos estratégicos com amplo conhecimento na cadeia produtiva.
Esta foi uma oportunidade de reunir profissionais, produtores e empresas para debater o presente e o futuro da suinocultura. Mais que tendências, os debates mostraram compromissos reais assumidos pelas agroindústrias frente a consumidores cada vez mais atentos à origem e aos processos de produção de alimentos.
Na sequência, o tema abordado por Gustavo Schindwein foi “Uso racional de recursos: Os tipos de bebedouros podem afetar o desempenho dos leitões?”.
Apresentar estratégias sustentáveis e cientificamente embasadas para o manejo da água na suinocultura, com ênfase de como a escolha e a disposição dos bebedouros influenciam diretamente o desempenho produtivo, o bem-estar animal e a eficiência ambiental das granjas. Esse foi o objetivo do médico veterinário Gustavo Schlindwein da Silva em sua palestra no Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS).
A temática “Uso racional de recursos: os tipos de bebedouros podem afetar o desempenho dos leitões?” foi apresentada no Painel Bem-estar Animal e Sustentabilidade.
Gustavo abordou como o modelo e a disponibilidade de bebedouros afetam o comportamento de ingestão hídrica, o crescimento dos suínos e a geração de resíduos. Sua pesquisa tem como foco animais na fase de creche e terminação. “A água é um nutriente, frequentemente negligenciado na suinocultura, apesar de seu papel essencial no desempenho zootécnico, bem-estar animal e sustentabilidade ambiental”, enfatiza.
De acordo com o médico veterinário, o estudo que fundamenta sua apresentação demonstrou que a escolha do tipo de bebedouro interfere significativamente no volume de água consumido e desperdiçado, o que impacta diretamente a produção de dejetos e a eficiência do sistema. “Além disso, evidenciou que não basta oferecer acesso à água. É fundamental que o equipamento seja adequado ao comportamento e às necessidades dos animais para garantir tanto o desempenho quanto a redução de impactos ambientais”.
Artigos complementares, segundo Gustavo, reforçam que a densidade de alojamento e a competição por bebedouros influenciam no acesso à água, especialmente em horários de maior demanda. “Evidências sugerem que práticas inadequadas podem afetar negativamente o desempenho e intensificar o impacto ambiental da produção”, complementa o médico veterinário.
E a palestra oficial de abertura foi realizada Fava Neves, professor das Faculdades de Administração da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto e da FGV em São Paulo.
Segundo ele, o Brasil conseguirá se desenvolver ainda mais, gerando e distribuindo renda, criando oportunidades às pessoas pelo agronegócio.
“O Brasil lidera a exportação de muitos produtos do agronegócio e temos muito ainda a avançar, apesar do momento de incrível turbulência que está afetando as margens de ganhos dos produtores”, destacou.