As exportações brasileiras de carne suína registraram um dos melhores resultados da história em agosto de 2024, totalizando 118,1 mil toneladas, um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita gerada foi de US$ 276,3 milhões, um crescimento de 9,1%, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esses números refletem a expansão das exportações, com destaque para mercados como as Filipinas, que aumentou suas importações em 80%, consolidando-se como o maior destino da carne suína brasileira.
No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as exportações totalizaram 870,2 mil toneladas, 7,7% a mais do que no mesmo período de 2023. Santa Catarina manteve sua posição como o maior exportador de carne suína do Brasil, com 62,5 mil toneladas embarcadas em agosto. Rio Grande do Sul, Paraná e outros estados também registraram aumentos expressivos nos embarques, contribuindo para o crescimento do setor.
Segundo Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), a sanidade do rebanho catarinense tem sido um diferencial nas exportações, especialmente para mercados exigentes como Japão e Chile. “O nosso diferencial ainda continua sendo a sanidade, e por isso nossos produtores precisam cuidar muito da biosseguridade para manter essa pujança nas exportações”, afirmou de Lorenzi.
Ele também destacou a importância de uma produção estável e cautelosa. “Precisamos ter essa estabilidade na nossa produção para continuarmos ganhando dinheiro dentro da atividade. Muitas empresas incentivam o crescimento do plantel, mas o produtor deve ter consciência de que é necessário manter a produtividade sem exagerar, para evitar os riscos de uma superoferta que pode comprometer os lucros no futuro”, alertou o presidente da ACCS.
Lorenzi ainda celebrou a recuperação dos preços pagos aos suinocultores, especialmente após três anos de crise, mas frisou que o setor ainda tem desafios: “Apesar da boa remuneração atual, temos um passivo forte da crise recente. Precisamos de mais tempo com esses bons patamares de preço para que os produtores coloquem a casa em ordem e sigam investindo em tecnologia e sanidade nas propriedades”.