Pelas novas tendências (julho corrente) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em 2022 somente a carne suína terá suas exportações reduzidas em relação ao ano anterior. E pelo segundo ano consecutivo. Influência, essencialmente, da China, cujas compras externas podem cair à metade em relação a 2021.
Sob esse aspecto, o USDA reduziu em quase 10% o volume global que havia previsto para a carne suína em abril e agora projeta para a totalidade do ano volume em torno de 10,5 milhões de toneladas. Porque, em essência, estimou que as importações chinesas, embora em queda, alcançariam 3,5 milhões de toneladas. Mas reduziu essa projeção em quase 40%, estimando que as compras chinesas não passem de 2,150 milhões de toneladas, o que, se confirmado, corresponderá ao menor volume importado desde 2019. Coreia do Sul, México, Japão e Filipinas devem aumentar suas importações, mas não o suficiente para compensar a queda chinesa.
As exportações globais de carne bovina devem crescer 1% em 2022 e chegar aos 11,9 milhões de toneladas. A expectativa é de expansão nas vendas externas do Brasil, Canadá e México, o que deve compensar a redução prevista para a Austrália. O USDA ainda aponta que o Brasil deve exportar parcela maior de sua produção com base na firme demanda da China, Egito e EUA. E conclui que embora a demanda global de importação mantenha o mercado firme, as pressões inflacionárias e a persistência de problemas logísticos moderam as expectativas de maior demanda, mesmo naqueles países que já suspenderam as restrições em torno da Covid-19.
Por fim, o USDA estima aumento de cerca de 1% nas exportações de carne de frango, previstas agora em 13,5 milhões de toneladas. Um resultado que – nas palavras do órgão – reflete a perspectiva de melhora nas exportações por parte da Ucrânia e da China, ambas com desempenho que pode neutralizar a queda prevista para União Europeia e Reino Unido).
Notar, porém, que o aumento ora previsto para a Ucrânia advém do fato de, em abril, o USDA ter previsto exportações de apenas 60 mil toneladas – volume agora corrigido para 360 mil toneladas mas, ainda assim, inferior às 458 mil toneladas de 2021. Já o aumento das exportações chinesas é explicado pela recuperação da produção de carne suína, o que reduz a demanda doméstica por outras proteínas.
Tudo computado, as exportações de carnes, que no ano passado ficaram próximas dos 37 milhões de toneladas, tendem agora a retroceder perto de 3% e ficar restritas aos 36 milhões de toneladas.