Há pouco mais de seis meses (junho de 2023), as carnes bovina, suína e de frango apresentavam, aproximadamente, a mesma paridade de preços de 2014/2016, triênio adotado pela FAO como ponto de partida para o acompanhamento dos preços internacionais de commodities agroalimentares.
Então, o melhor desempenho era registrado pela carne de frango, cujos preços registravam evolução de 20,21% em relação aos registrados no triênio-base. Vinha a seguir a carne bovina, com incremento de 19,37% e, por fim, a carne suína, com diferença a menos de apenas 1,1 ponto percentual (18,27% de aumento).
Pois os valores alcançados em janeiro passado mostraram mudanças radicais nesses desempenhos. O pior resultado, agora, é o da carne de frango, cujo preço médio em janeiro ficou apenas 4% acima do registrado no triênio 2014/2016, como resultado de quedas de 4,40% em relação ao mês anterior e de10,87% em relação a janeiro de 2023. Efeito, conforme a própria FAO, de uma demanda global persistentemente moderada e de amplas disponibilidades exportáveis da parte dos principais países exportadores.
A carne suína obteve, no mês, desempenho melhor que o da carne de frango. Ainda assim seu preço ficou menos de 8% acima do alcançado no triênio 2014/2016. Ou seja: aumentou ligeiramente em relação a janeiro de 2023 (incremento de 2,05%), mas recuou quase 1% em relação a dezembro de 2023. Porque, em suma, caíram as importações da China (houve aumento na produção interna), enquanto alguns países produtores aumentaram suas ofertas.
Nesse contexto, o desempenho menos sofrível foi o da carne bovina, pois seu preço, relativamente estável, permaneceu quase 16% acima do registrado no triênio 2014/2016. Isto, graças a uma redução de apenas 0,20% em relação ao mês anterior e a um aumento de 6,19% em relação a janeiro do ano passado. Neste caso o desempenho não foi melhor – sugere a FAO – porque permaneceram abundantes as ofertas por parte da Austrália e de países da América do Sul.
Apesar dos pesares, o preço das carne de frango e suína permanecem acima dos registrados em 2019 e 2020. Na prática, retornam a valores registrados em meados de 2021. A carne bovina, por sua vez, inicia o ano com valor inferior à média dos três anos anteriores. Cotação similar à de janeiro último havia sido registrada em maio de 2021.