Embora tenha registrado evolução anual superior a 8%, o Índice de Preços das Carnes, da FAO, iniciou 2025 com queda de quase 1,5% sobre o mês anterior. Efeito da continuada redução nos preços das carnes suína e de frango, processo iniciado em meados de 2024. A carne bovina permaneceu em alta, seu preço atingindo o maior patamar em mais de dois anos e meio, ou seja, desde julho de 2022.
Com 116,3 pontos (2014/2016 = 100), o preço da carne de frango recuou 2,2% em relação a dezembro, retrocedendo ao menor nível em sete meses, pois alcançou valor intermediário aos registrados entre junho e julho do ano passado. Efeito – explica a FAO – de uma oferta elevada, sobretudo frente ao menor consumo do período pós-Festas.
Neste caso – acrescenta o órgão da ONU – os excedentes vieram principalmente do Brasil, “onde os preços competitivos da ração continuam sustentando a produção”.
Pior, porém, vem sendo a evolução de preços da carne suína, porque este caiu para 103,1 pontos, 3,4% a menos que em dezembro. Mas não só. Pois enquanto o preço da carne de frango chegou a janeiro registrando alta anual de quase 12%, o da carne suína enfrentou desvalorização anual de 3,5%. Consequência, exclusivamente, da queda das cotações na União Europeia, afetadas pelo cancelamento de exportações após um caso de febre aftosa (em búfalos) na Alemanha.
Imune a essas baixas, em janeiro a carne bovina alcançou 130,8 pontos, aumentando 1,3% em relação ao mês anterior e quase 15% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com isso ficou a apenas 7,1 pontos percentuais de seu pico histórico de preços – 137,9 pontos, valor registrado em março de 2022.
Para simples comparação, pelo Índice FAO a carne de frango encontra-se a 18,6 pontos percentuais de seu pico (134,9 pontos, em junho de 2022) e a carne suína a 25,7 pontos percentuais (128,8 pontos, atingidos mais de 10 anos atrás, em junho de 2014).
Detalhe: Como aponta a tabela inserida no gráfico abaixo, a carne suína brasileira experimentou valorização muito próxima da registrada pela carne bovina, ou seja, a queda de preços no setor ficou restrita ao produto da União Europeia. Outro detalhe: pela primeira vez em mais de ano e meio, o preço da carne bovina supera os US$5 mil/tonelada.