Em março passado, o Índice de Preços das Carnes da FAO aumentou 4,8% em relação a fevereiro e 19% em relação ao mesmo mês do ano passado, aproximando-se dos 120 pontos (o resultado preliminar aponta 119,95 pontos). Com isso rompeu-se um recorde histórico que permanecia imbatível desde agosto de 2014, mês em que foi atingida a marca dos 119,17 pontos.
A maior variação no mês (+11,86% em comparação a fevereiro) foi a da carne suína. Isto, conforme a FAO, devido à menor disponibilidade de animais prontos para abate no Leste europeu e a um aumento da demanda com a aproximação das comemorações da Páscoa.
Foi, também, a maior variação mensal obtida pela carne suína desde 1995, mas não resultou em maiores efeitos econômicos sobre o setor, pois o preço alcançado ficou apenas 1,27% acima do registrado um ano atrás. E além de representarem queda de 5,3% em relação à cotação alcançada 24 meses atrás, os 97,97 pontos alcançados pela carne suína continuam aquém dos 100 pontos registrados no triênio 2014/2016, base dos índices da FAO.
O segundo maior aumento do mês (cerca de 4,5% sobre fevereiro) foi obtido pela carne de frango. Em março superou-se a estabilidade que caracterizou o setor por oito meses consecutivos, atingindo-se a marca dos 113,93 pontos. Tal índice representou variação anual de 20%, incremento que – nas palavras da FAO – foi impulsionado pela redução da oferta devido aos surtos de Influenza Aviária nos principais países exportadores, sendo ainda mais impactado pela impossibilidade da Ucrânia de realizar exportações em decorrência da invasão russa.
Vale notar ainda, em relação à carne de frango, que embora o aumento anual tenha sido expressivo (+20%), não foi muito diferente do obtido em dois anos (+22,34%). Além disso, o preço atual se encontra mais de 12% aquém dos cerca de 130 pontos alcançados em abril de 2013 e que permanece como recorde histórico do setor.
A exemplo do ocorrido com as duas outras carnes, os preços da carne bovina também se firmaram, pois a disponibilidade de animais prontos para o abate persistiu em algumas das mais importantes regiões produtores, enquanto a demanda permaneceu sólida. Mas, comparativamente à suína e à de frango, a carne bovina foi a que registrou o menor índice de aumento do mês – apenas 1,70% a mais que em fevereiro.
Parece pouco, sem dúvida. Mas foi o suficiente para que a carne bovina – com 139,31 pontos – atingisse novo e consecutivo recorde de preços, desempenho que fez com que o Índice de Preços das Carnes também atingisse novo recorde histórico. Em relação a março de 2021 a carne bovina valorizou-se 33%, enquanto em 24 meses a valorização sobe para 41%.
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