Na semana passada a França coordenou uma reunião de 10 países da União Europeia para discutir o acordo comercial com o Mercosul, na América Latina, reafirmando sua oposição ao acordo atual, mas pressionando pela inclusão de um “freio de emergência” nas importações de produtos agropecuários.
A reunião reuniu a França e outros países que expressaram reservas ao acordo, que levou 20 anos para ser elaborado e é profundamente divisivo na Europa, onde os agricultores temem a concorrência desleal de produtos agropecuários, como carne bovina e grãos, com países com regras ambientais menos rigorosas.
Segundo o gabinete do Ministro da Europa, Benjamin Haddad, em uma videoconferência com os outros países da UE este defendeu a ideia de incluir uma cláusula, no acordo, de escape automático sobre produtos agrícolas.
“No atual contexto geopolítico, todos os participantes concordam sobre a importância de diversificar as parcerias comerciais”, disse um porta-voz do gabinete de Haddad à Reuters.
“No entanto, eles não podem aceitar um acordo desequilibrado que não proteja seus agricultores”, acrescentou a autoridade.
A cláusula, uma espécie de pausa de emergência para restringir importações, seria acionada em caso de um aumento repentino nas importações que desestabilizasse certos mercados da UE. “O acordo já inclui uma cláusula geral, mas é muito difícil de acionar e não seria útil em caso de crise”, afirmou o funcionário.
A reunião é um sinal de que os países da UE que se opuseram ao acordo mediado pela Comissão Europeia no ano passado estão tentando encontrar um compromisso construtivo com o executivo da UE, em um momento em que novos mercados na América Latina podem oferecer uma alternativa bem-vinda aos EUA para os exportadores europeus.
No entanto, a autoridade disse mais tarde que a reunião não foi organizada em resposta à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre a UE e outros parceiros globais.
A França recebeu apoio da Holanda, Áustria, Irlanda, Polônia e Hungria, entre outros, em sua oposição ao acordo com o grupo de nações sul-americanas que