Na tarde desta quarta-feira (18), 52 integrantes da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Suinocultura da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) foram empossados para o período de 2023 a 2026. A solenidade foi realizada no Plenário Deputado Júlio Maia e contou com a participação de representantes governamentais, associações e sociedade civil.
Além de reunir os parlamentares que se preocupam com o tema, o grupo de trabalho também objetiva incentivar o desenvolvimento da cultura de suínos, promovendo debates com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade.
“Essa Frente Parlamentar é inovadora no Brasil e propõe a abertura de participação das instituições. A Assembleia Legislativa cria esse espaço no sentido de debater, construir ações e encaminhamentos, para beneficiar a cultura de suínos do nosso Estado, além de apresentar as respostas rápidas ao produtor rural. É importante termos o fortalecimento e essa união com as instituições e a sociedade para avançarmos muito mais. O produtor tem, dentro das suas perspectivas, o foco na produção dentro da porteira. O grande problema é quando tem alguma situação fora desta porteira e é necessário a articulação de outros atores. Nós temos pautado para este grupo de trabalho a questão da energia limpa, pois temos condições de organizar e mobilizar audiências públicas, cobrarmos junto à esfera federal, e assim buscarmos benefícios de financiamentos para poder investir, tanto em energia limpa como na ampliação dessa atividade que se destacou ainda mais pela necessidade de consumo de proteína de outros países”, enfatizou o coordenador da Frente Parlamentar, deputado estadual Renato Câmara (MDB).
Em seu discurso de abertura, o parlamentar reforçou o destaque da suinocultura estadual no Brasil e no mundo. “A suinocultura conquistou o mundo. Nós temos desafios que ainda precisamos alcançar, como buscar mais incentivos e manter aquilo que nós já conseguimos em relação à produtividade e ao apoio do Governo, por meio do projeto ‘Leitão Vida”, que objetiva expandir a atividade e aprimorar as práticas em sustentabilidade, além da importante vigilância da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), que sempre está atenta e procurando mecanismos para manter protegida a nossa produção”, destacou o proponente do evento.
Para o diretor presidente da IAGRO, Daniel de Barbosa Ingold, o Mato Grosso do Sul apresenta posição invejável em relação aos demais estados devido à união das entidades para debater a suinocultura. “Com a Frente Parlamentar nós temos capacidade de resolver as situações e os problemas de uma maneira extremamente proativa. Mato Grosso do Sul é um estado produtor que ainda não exporta de uma forma competitiva em relação à Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Quanto mais a gente tiver transparência em relação a tudo que fizermos, mais resultados atraíremos”, exemplificou.
Conforme o presidente da Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores (Asumas), Milton Bigaton, a suinocultura estadual está em plena expansão. “O segmento tende muito a crescer porque as empresas e as agroindústrias estão vindo para o nosso estado e acreditam no produtor e no setor público. Temos boas áreas, produtores e empreendedores, além de um governo que oportuniza e incentiva, e o Legislativo que sempre está apoiando nossa cultura”, elencou.
Para a representante da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Eleíza Morais Machado, a cadeia da suinocultura está bem representada e organizada. “Acredito que a união faz a força e estarmos aqui nesta tarde tem um valor muito grande para a suinocultura do Mato Grosso do Sul, que está se despontando no Brasil, pois a cada dia tem mais uma agroindústria e uma granja sendo construída. Então nós temos muito progresso nos últimos anos e o princípio de tudo é essa organização da cadeia”, disse.
O coordenador de Pecuária, da secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Marivaldo Miranda, aponta a importância do trabalho da Frente Parlamentar para a cadeia produtiva. “Nós entendemos que todos os fóruns para se discutir as cadeias produtivas são importantes e ficamos muito felizes em participar desta Frente Parlamentar em favor dos suinocultores do Estado. O segmento da suinocultura apresenta um bom nível de associativismo e é muito organizada. Nós temos duas grandes indústrias em expansão aqui no Estado, uma em São Gabriel do Oeste e uma em Dourados. Chegamos, agora, a 1.860.000 animais abatidos aqui no Estado e essa Frente Parlamentar tem nos ajudado muito, principalmente na questão da logística da entrega dos suínos nas áreas rurais, onde as estradas não são compatíveis com a necessidade do bem-estar animal. Através de emendas parlamentares conseguiremos apoio para essa cadeia produtiva”, explicou.
MS: Sexto maior produtor brasileiro de carne suína
O médico veterinário e vice presidente da Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores (Asumas), Renato Leandro Spera, apresentou dados gerais e falou sobre a produção e os desafios da suinocultura estadual. Ele explanou que no estado são aproximadamente 300 produtores, onde São Gabriel do Oeste, Dourados e algumas cidades adjacentes apresentam a maior concentração da cadeia produtiva de suínos. “Hoje temos uma produção brasileira em torno de 4,9 milhões de toneladas de carne suína e no Mato Grosso do Sul temos em torno de 250 mil toneladas de carne suína. O Estado conhecido como melhor produtor de carnes do Brasil, que exporta de carne suína cerca de 42,19 milhões de dólares no ano, mostrando que a suinocultura representa o segmento de maior expansão nos últimos dez anos”.
De acordo com o palestrante, atualmente a suinocultura do Mato Grosso do Sul carrega um privilégio muito grande, se comparada aos outros estados. “Dentro da nossa atividade é o estado que mais cresceu em produção de carne suína, em todos os aspectos, seja naquele produtor independente, seja naquele produtor integrado ou naquele cooperado de uma cooperativa. Essa produção se destaca e hoje somos, no Brasil, o sexto maior produtor de carne suína e o nosso crescimento, já estimado para 2025, é subirmos no ranking para o quinto lugar em produção de carne suína. Hoje produzimos em torno de 250 mil toneladas de carne suína e isso já é uma representatividade muito significativa no país”, informou.
Renato Leandro Spera expôs, que mesmo o país sendo um país com aptidão de consumo de carne suína interna, Mato Grosso do Sul ainda não tem uma aptidão para exportar, mas há uma aptidão para consumo interno. “Hoje, 77% do que é produzido no Brasil é consumido dentro do Brasil. E a gente teve um crescimento muito exponencial de consumo de carne suína, pois saímos em torno de 17 a 18 per capita, para 20 a 21 per capita/ano. Este ano batemos esse recorde, então temos um crescimento exponencial nos últimos cinco anos, planejando um crescimento já significativo pelos benefícios que o Estado traz para o suinocultor. E hoje estamos motivados, porque o governo ajuda muito esse crescimento e estimula a produção de carne suína com incentivos. Então o produtor está no momento de comemoração e de fortalecimento do setor. Essa união de forças faz com que o produtor seja cada vez mais forte, que tenha dignidade no trabalho, gerando mais emprego e valorizando o setor”, pontuou.
Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Suinocultura
A Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Suinocultura foi instituída pelo Ato Administrativo 26/2023, da Mesa Diretora. O grupo é integrado pela deputada Mara Caseiro (PSDB), e pelos deputados Antonio Vaz (Republicanos), Coronel David (PL), Gerson Claro (PP), João César Mattogrosso (PSDB), Junior Mochi (MDB), Marcio Fernandes (MDB), Neno Razuk (PL), Paulo Corrêa (PSDB), Pedro Kemp (PT), Pedrossian Neto (PSD), Professor Rinaldo Modesto (Podemos), Rafael Tavares (PRTB) e Roberto Hashioka (União).