O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) notificou 12 frigoríficos, incluindo dois operados pela JBS, por seu suposto envolvimento em um esquema de compra de gado de terras desmatadas ilegalmente na floresta amazônica, de acordo com um documento visto pela Reuters na sexta-feira.
O Ibama disse em um comunicado na quinta-feira, sem nomear nenhuma das partes, que 12 frigoríficos “estão sob investigação por aquisição de gado suspeito, triangulado com fazendas ‘limpas’ para disfarçar a origem ilegal”.
A JBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As empresas privadas Frigol e Mercurio também estão entre os 12 produtores de carne bovina implicados, segundo o documento.
A Frigol disse em um comunicado que o Ibama cometeu um erro, acrescentando que não comprou gado da fazenda que o órgão disse ter sido ilegalmente desmatada.
O presidente do conselho da Mercurio, Lincoln Bueno, disse à Reuters que uma empresa terceirizada monitora a origem dos animais que a companhia abate, acrescentando que são bloqueadas compras de propriedades com irregularidades ambientais e trabalhistas.
Como parte da investigação do Ibama, o órgão disse que apreendeu mais de 7.000 cabeças de gado que estavam em 2.100 hectares de fazendas cujo uso comercial havia sido bloqueado após o desmatamento ilegal.
“Produzir, vender ou comprar gado dessas áreas embargadas é crime ambiental e os responsáveis são autuados”, diz o comunicado do Ibama.
Além de apreender o gado, o Ibama disse que multou os infratores em um total de R$49 milhões, sem especificar se eram empresas ou pessoas.