A JBS assinou na manhã desta segunda-feira, 20, um memorando de entendimento com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para cooperação mútua em estudos e pesquisas sobre proteína cultivada no Brasil. A parceria com a instituição se dará por meio do JBS Biotech Innovation Center, primeiro Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em proteína cultivada do país, abrindo caminho para a criação de uma rede de colaboração com instituições científicas e universidades públicas e privadas para acelerar o avanço da indústria nacional no setor.
O acordo com a UFSC é o primeiro de muitos que o JBS Biotech Innovation Center prepara, e prevê a cessão de suas instalações para a execução dos trabalhos científicos. “Uma vez que a tecnologia da proteína cultivada tem se provado relevante para o mundo, a JBS não poderia deixar de estar na vanguarda. O acordo com a UFSC é fundamental. Estamos felizes com esta oportunidade de cooperar com iniciativas público-privadas como esta. Todo mundo ganha e geramos conhecimento. É importante para a JBS e um orgulho para nós firmarmos uma parceria com uma universidade tão renomada”, afirmou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, durante a cerimônia de assinatura do acordo.
“Juntamente com a JBS vamos produzir pesquisas, pensando na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento Científico e tecnológico para toda a população”, disse o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza. Pensando mais à frente, ele ainda ressaltou que como a parceria poderá agregar na atualização da universidade – “Um protocolo dessa natureza pode acrescentar com propostas e mudanças nas disciplinas dos cursos, começando por uma disciplina optativa e depois até gerar atualizações no currículo de toda a universidade”.
Anunciado para o mercado em 2021, o Centro de Pesquisas de proteína cultivada da JBS se tornará a maior instituição privada de pesquisa em biotecnologia dos alimentos do Brasil. Com obras aceleradas, e previsão de entrega para 2024, o JBS Biotech Innovation Center tem funcionado em um endereço temporário no mesmo condomínio empresarial que abrigará sua sede, o Sapiens Parque, em Florianópolis.
Ao todo, o projeto do JBS Biotech Innovation Center receberá aproximadamente US$ 62 milhões de investimentos distribuídos em três etapas: de obras civis e implantação dos laboratórios (fase 1), instalação da planta-piloto (fase 2) e ações de longo prazo, como a construção de um módulo básico em escala industrial para demonstração da viabilidade técnico-econômica da proteína cultivada ao mercado. Esse projeto servirá de modelo para mais plantas que a JBS vier a construir pelo mundo para o processamento de proteína cultivada bovina e de outras espécies.
“Hoje a Europa como um todo, além dos Estados Unidos, a China e Israel já estão na vanguarda. E nós, no Brasil, também queremos chegar lá. Esse é um dos objetivos do acordo com a UFSC: acelerar os processos e criar condições para que o país possa estar na frente também, encurtando espaços e ganhando tempo com acordos futuros a fim de termos uma tecnologia totalmente brasileira competindo com outros países pelo mundo”, acrescentou Tomazoni.
Assim que finalizado, o JBS Biotech Innovation Center em Florianópolis passará a contar com uma equipe científica de 25 pós-doutores, especialistas em diversas áreas, além de staff e equipe de apoio administrativo. Os trabalhos no Brasil são coordenados pelo presidente do Centro de Pesquisa, Luismar Porto, e a vice-presidente, Fernanda Vieira Berti. Ambos são especialistas em bioengenharia, com ampla experiência profissional e acadêmica internacional.
Além do projeto em Florianópolis, a JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, vem desenvolvendo pesquisas em proteína cultivada na Espanha. A companhia é acionista controladora, com 51% de participação, da Biotech Foods, empresa espanhola que é uma das líderes europeias no setor e que opera atualmente uma planta-piloto em San Sebastián.
Quando estiver em fase comercial, a proteína cultivada a ser processada pela JBS deve chegar aos consumidores na forma de alimentos preparados, como hambúrgueres e almôndegas, entre outros, com a mesma qualidade, sabor e textura da proteína tradicional. Os investimentos na tecnologia apontam potencial não apenas para a produção de proteína bovina, mas também de frangos, suínos e pescados.