O uso de Cromo entrega energia para a eficiência produtiva e diminui impacto negativo do stress térmico nos diferentes sistemas de produção modernos.
*Fernando Braga e Mara Costa>
Produtores de bovinos de leite e suinocultores têm se beneficiado há muito tempo com o uso desta tecnologia para garantir resultados melhores e superiores dentro das fazendas leiteiras e granjas modernas. Um sistema de produção de bovinos e suínos com os animais saudáveis e produtivos é o mais claro sinal de eficiência produtiva no sistema e rentabilidade ao produtor.
Neste cenário, os produtores e nutricionistas podem escolher o uso do propionato de cromo, um aditivo mineral orgânico que potencializa a eficiência da utilização da glicose celular, disponibilizando assim mais energia para a célula e para o animal. Maior desempenho e performance na produção, reprodução, imunidade e menor impacto negativo do stress térmico serão os resultados desta conta.
Sempre aliado a boas práticas de manejo e bem-estar animal, os rebanhos leiteiros e de suínos apresentarão melhores índices zootécnicos. O propionato de cromo orgânico com alta biodisponibilidade pode ser usado em todas as fases de produção animal, com muita segurança e com resultados comprovados no mercado.
Rebanhos Leiteiros
O período de transição é caracterizado por diversas mudanças fisiológicas e hormonais, no qual a vaca deixa de ser gestante e passa a ser lactante, aumentando consideravelmente as demandas energéticas. A produção de leite ganha prioridade em relação a outras vias metabólicas do animal. Para suprir toda essa demanda repentina de energia, a vaca começa a mobilizar gordura de suas reservas corporais. Como neste momento a glândula mamária adquire prioridade, a utilização de glicose por outros tecidos periféricos é reduzida promovendo, dessa forma, uma maior mobilização de ácidos graxos corporais e o aparecimento do quadro de resistência à insulina. A resistência à insulina é caracterizada por uma resposta anormal dos níveis basais de insulina circulante e uma redução da capacidade de utilização de glicose pelos tecidos periféricos sensíveis a insulina.
O cromo é um micromineral essencial para os ruminantes, primariamente envolvido no mecanismo de entrada celular da glicose. Dessa forma a suplementação com propionato de cromo proporciona uma melhor e mais eficiente utilização da glicose e assim mais energia para o animal e para o sistema produtivo. Controles hierárquicos de prioridades de acordo com o estádio fisiológico do animal irão decidir onde essa glicose e energia serão utilizadas.
A suplementação de vacas leiteiras com propionato de cromo durante o período de transição tem sido estudada há vários anos e com excelentes e sólidos benefícios em:
1. Aumento da ingestão de matéria seca;
2. Aumento na produção de leite e seus componentes;
3. Redução na incidência de cetose;
4. Melhoria no sistema imune;
5. Melhor eficiência reprodutiva.
Na figura 1 conseguimos observar os resultados da suplementação com propionato de cromo na produção de leite, de acordo com o estágio de lactação da vaca. Cada quadrado representa a diferença entre o grupo tratamento e o controle deste estudo. Podemos observar a constância nos resultados positivos, que em alguns grupos atingiram a magnitude de 5 quilos de leite por dia a mais que o grupo controle.
Suínos
O cromo é um nutriente essencial para todos os animais, ele atua no metabolismo da glicose, potencializando a ação da insulina, e no metabolismo de lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos. Quando suplementado em suínos, tem-se melhora na performance zootécnica e aumento na performance reprodutiva. Outro papel importante do cromo é a redução nos níveis do hormônio do estresse (cortisol), principalmente em situações de estresse calórico.
Como o cromo não é armazenado, a suplementação deve ser constante, principalmente durante a fase de lactação e em situações de estresse, quando verifica-se aumento da excreção de cromo via urina.
Performance
Com as linhagens atuais de suínos, os animais têm crescimento rápido, exigindo o uso mais eficiente da energia. A suplementação de cromo na fase de crescimento e terminação irá estimular o consumo de ração, possibilitando maior ganho de peso e fornecerá mais energia para as células do tecido muscular.
Em avaliações em animais na fase de crescimento e terminação foi verificado maior GPD, CDR e menor CA (Tabela 1).
Estresse calórico
O estresse calórico é um desafio na suinocultura e nem sempre a perda do desempenho devido ao estresse é quantificada. O suíno possui um sistema termorregulador pouco desenvolvido, sendo sensível ao frio quando jovem e sensível ao calor quando adulto e controlar a sua temperatura, quando não está na sua zona de termo neutralidade, requer energia, que será desviada da sua performance para esse controle.
Nas salas de maternidade estão duas categorias de animais com distintas temperaturas de conforto térmico (Figura 2). As matrizes em ambiente acima de 20o C apresentam queda no consumo de ração. O baixo consumo de ração terá consequência na produção de leite e maior mobilização de gordura e massa corporal no final da lactação.
Em animais na fase de engorda em situações de estresse calórico ocorre queda no consumo de ração (de 10,9 g e 24,6 g, em temperaturas de 25o C e 30o C), menor GPD (em animais de 50 quilos quando a temperatura ambiente sobe de 15o C para 20o C, ocorre redução no GPD de 18g/dia para cada 1o C) com reflexos na conversão alimentar.
Foi conduzido um estudo com o objetivo de verificar o efeito de determinado cromo em animais na fase de engorda em condições de estresse calórico cíclico (27 a 30o C) durante 35 dias. Os animais que receberam o cromo tiveram o melhor GPD e consumo diário de ração (CDR) em relação ao grupo que não recebeu (Figuras 3 e 4).
Reprodução
Na busca do índice desmamado/fêmea/ano cada vez mais alto, o cromo será fundamental para atingir esse resultado e dar suporte às linhagens hiperprolíferas.
A insulina tem importante papel na fase reprodutiva e ao potencializar sua ação, o cromo atuará no aumento da leitegada através do aumento da ovulação, óvulos fertilizados e auxiliando na sobrevivência embrionária.
Foi avaliado a inclusão do cromo em fêmeas na fase de gestação e lactação. Na Tabela 2 estão os resultados obtidos após a suplementação no primeiro e segundo ciclo reprodutivo sobre o número de leitões nascidos e desmamados.
Com o aumento de absorção de glicose em tecidos alvo e ação sobre metabolismo de proteínas e lipídeos, o uso do cromo resultará no aumento da produção de leite, essencial para as leitegadas cada vez maiores com menor perda de gordura corporal da matriz ao final da lactação. Essa ação terá efeito positivo nas lactações seguintes. Na Figura 6 o efeito do cromo sobre a espessura de toucinho (ET) pré e pós lactação.
Os dias não produtivos da fêmea correspondem o intervalo desmame-cobertura. Quanto menor esse número, mais ciclos ela poderá ter ao longo do ano. Ao avaliar o cromo durante um ano em uma integração com 65.000 fêmeas, foi observado diminuição em 5,17 dias não produtivos (32,68 dias vs 37,85 dias do ano sem o uso do produto), com isso houve aumento no número de leitões nascidos/fêmea/ano (+ 0,25 leitão) e longevidade da matriz.
Imunidade
Os benefícios observados ao suplementar os suínos com cromo são melhora na imunidade com melhora na performance, carcaça e ganhos reprodutivos.
Em estudos com a suplementação de cromo nas dietas de leitões na fase de creche, fase em que os animais possuem sistema imune imaturo e em formação, a ação do cromo pode ser verificada com maior ganho de peso e consumo de ração. Na figura 7 o efeito do cromo no ganho de peso diário (GPD) em leitões.
Conclusões
A tecnologia do propionato de cromo, a primeira fonte de cromo permitida pelo FDA, pode ser utilizada em todas as fases de produção em rebanhos leiteiros e nas granjas de suínos com segurança e com garantia de resultados. A melhor utilização da glicose celular e a maior disponibilidade de energia ao animal e ao sistema irá proporcionar maior eficiência produtiva, melhor reprodução, melhor status imunológico e menor impacto negativo do stress térmico.
Os benefícios da fonte orgânica em relação à fonte inorgânica já são bem conhecidos e comprovados. Entretanto, há diferenças em relação à biodisponibilidade e segurança mesmo entre as fontes orgânicas. As referências bibliográficas estão com os autores.
Mara Costa é TSM – Suínos da Kemin na América do Sul.
Fernando Braga é médico veterinário e gerente de Produtos para Ruminantes da Kemin na América do Sul.