Empresa pode concluir a operação até o terceiro trimestre.
A JBS segue avançando no processo de listagem na Bolsa de Nova York e pode concluir a operação até o terceiro trimestre de 2025, segundo fontes próximas à companhia. A fase final de registro na Securities and Exchange Commission (SEC), a agência governamental dos Estados Unidos que regula o mercado de valores mobiliários, está em andamento, restando poucas questões técnicas pendentes, segundo os envolvidos.
A expectativa é que, após a divulgação dos próximos resultados trimestrais – a JBS divulgará em 25 de março o balanço do quarto trimestre de 2024 e do ano passado -, a empresa responda as últimas pendências e, assim, possa solicitar o registro definitivo.
Com isso, a Assembleia Geral será convocada para deliberar sobre a dupla listagem, processo que é considerado estratégico para fortalecer a governança da companhia e ampliar sua base de investidores.
A inclusão da JBS no mercado de capitais norte-americano pode destravar valor para os acionistas ao facilitar o acesso da empresa a fundos globais.
É essa tese que embasa o acordo firmado pela J&F Investimentos, sua acionista controladora, para que a BNDES Participações (BNDESPar) se abstenha de participar da Assembleia Geral que votará a aprovação da dupla listagem. Com esse aval, a BNDESPar terá um “seguro” que lhe garante R$ 500 milhões caso a ação não atinja um patamar pré-determinado. Com a espera por essa valorização, há um entendimento que o processo de listagem em Nova York deve acelerar.
De olho nos investidores
A listagem permitirá que os papéis da companhia sejam incorporados a índices como o Russell e, futuramente, o S&P 500, ampliando a visibilidade da empresa e atraindo investidores institucionais que hoje não podem negociar suas ações por conta da ausência de registro nos EUA.
Internamente, a JBS já está estruturada para essa transição. A empresa adota práticas contábeis alinhadas às normas internacionais e já reporta informações no formato exigido pela SEC, por meio do formulário 6-K, devido à emissão de bônus no mercado externo.
Atualmente, mais de 50% da receita da JBS vem dos Estados Unidos, o que facilita a adaptação às exigências regulatórias locais. Apesar da listagem em Nova York, a empresa manterá sua sede administrativa no Brasil, sem mudanças na estrutura operacional.