Ao divulgar o balanço das exportações do agronegócio em 2023 – receita de US$166,5 bilhões, 4,8% a mais que em 2022 – o MAPA fez poucas referências às carnes. Porque, embora aumentando em mais de 5% o volume exportado, elas auferiram receita cambial 8,5% inferior à do recorde registrado em 2022.
A culpa, neste caso, é apenas da carne bovina, porquanto as carnes suína e de frango obtiveram novos recordes na receita. O mais expressivo, em valores relativos, foi o da carne suína, cuja receita aumentou quase 10% em função de aumentos de 13,62% no volume embarcado e de 0,32% no preço médio.
A carne de frango só obteve resultado favorável no volume, que aumentou 7,67%, pois seu preço médio recuou mais de 6%. Ainda assim registrou incremento (modesto) na receita que, mesmo atingindo novo recorde, aumentou apenas 1% em relação ao recorde de 2022.
Já o desempenho da carne bovina foi pouco representativo no volume (aumento de apenas 1,18%) e sofrível no preço (queda de quase 20% em relação a 2022). Daí uma receita anual que recuou mais de 18% no ano.
Embora as carnes de frango e suína tenham respondido por mais da metade da receita cambial no ano, seus ganhos foram insuficientes para neutralizar as perdas da carne bovina. Daí o fechamento do exercício com receita cerca de 8,5% menor que a de 2022.