O Ministério da Agricultura prevê queda de 0,2% no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira em 2024. As projeções preliminares da Pasta estimam o índice em R$ 1,166 trilhão, pouco abaixo dos R$ 1,168 trilhão atingido em 2023, de acordo com os cálculos atualizados.
O faturamento das lavouras para este ano está previsto em R$ 818,9 bilhões, sem variação porcentual em relação aos valores apurados em 2023. A estagnação projetada na agricultura se deve ao desempenho distinto do conjunto de cultivos. O milho, por exemplo, apresenta queda acentuada de 12,7% em 2024, para R$ 123, 9 bilhões. Na soja, a retração é mais tímida, de 1,4%, para R$ 329,9 bilhões. Mesmo com o recuo, a oleaginosa continuará com o maior faturamento da agropecuária nacional.
O Ministério da Agricultura também projeta diminuição de 11,8% nas receitas do algodão, para R$ 26,8 bilhões. Se confirmada, será o segundo ano consecutivo de queda acentuada, já que o resultado consolidado de 2023 mostra retração de 9,2% na economia algodoeira. O tomate é outro produto agrícola com baixa estimada neste ano, de 5,5%, para R$ 16,8 bilhões.
Por outro lado, a maior parte dos produtos agrícolas apresentam estimativa de alta para este ano. Os principais destaques são o arroz, com alta projetada pelo ministério de 29,9%, para R$ 26,3 bilhões, a laranja, com incremento de 28,3%, para R$ 26,4 bilhões, e o trigo, com elevação de 24,2%, para R$ 12,9 bilhões – revertendo cenário de queda drástica do cereal, de 41,7%, em 2023.
Amendoim (14%), banana (8,9%), batata-inglesa (23,1%), cacau (20,5%), café (7,8%), cana-de-açúcar (1,2%), feijão (4,6%), mamona (6,6%), mandioca (0,9%) e uva (15,7%) completam a lista de altas no faturamento. Em 2023, o resultado do VBP das lavouras foi de R$ 819,1 bilhões, diz o Ministério da Agricultura, com crescimento de 4% em relação a 2022.
Já o VBP da pecuária deve repetir a sequência de quedas e recuar 0,5% neste ano, para R$ 347,2 bilhões, ainda pressionada por resultados negativos na carne bovina, que deve perder 4,8% de receita em 2024 e ficar em R$ 129,3 bilhões. O ano de 2023 fechou com retração de 9% no segmento, com faturamento de R$ 135,7 bilhões.
O cenário também é desfavorável para leite (-3,6%) e ovos (-9,5%). Já a produção de carne de frango deve aumentar sua receita em 10,1%, recuperando a queda de 2,4% em 2023, e romper a barreira dos R$ 100 bilhões de faturamento pela primeira vez. Depois de crescer 9,2% no ano passado, o segmento de suínos deve ter expansão mais contida, de 0,2% em 2024, para R$ 34,2 bilhões.
O resultado de 2023 (R$ 1,168 trilhão) representou crescimento de 2,5% sobre 2022, com alta de 4% na receita das lavouras e queda de 0,7% na pecuária. Os principais produtos da economia agropecuária no ano passado foram soja (R$ 334,7 bilhões), milho (R$ 142,0 bilhões), bovinos (R$ 135,7 bilhões), cana-de-açúcar (R$ 113,6 bilhões) e frango (R$ 91,6 bilhões).
Mato Grosso continuou na liderança nacional em 2023, com VBP de R$ 185 bilhões, seguido por São Paulo (R$ 144,9 bilhões) e Paraná (R$ 143,2 bilhões). A região Centro-Oeste foi responsável por R$ 365,9 bilhões, mais de 31% do faturamento total do setor agropecuário no ano passado.