No trabalho conjunto que desenvolvem há tempos e cujos resultados divulgam anualmente, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) e a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) projetam que em 2031 o mundo estará produzindo perto de 360 milhões de toneladas de carne, volume quase 15% superior ao que foi estimado para o triênio 2019/2021.
Sob tal perspectiva, os maiores aumentos – pouco mais de 16% – estão previstos para as carnes avícola e suína, enquanto para a carne bovina é sugerido aumento que não passa de 8%. Porém, em termos de volume absoluto, a maior contribuição será dada pela carne avícola (essencialmente, a de frango), cujo adicional pode corresponder a 47% do incremento apontado.
Já na exportação, a maior expansão é prevista para a carne bovina, cujo volume deve aumentar pelo menos 17%. O aumento da carne avícola pode não chegar a 4%, enquanto a carne suína tende a uma redução, ora estimada em pouco mais de 12%. Com isso, as exportações mundiais ficam próximas, mas aquém, dos 39 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, representará expansão de apenas 2,67% sobre o estimado para o triênio 2019/2021.
E qual é a participação do Brasil nesse contexto? Numa duvidosa coincidência, o estudo aponta índices muito similares – aumento de pouco mais de 7% – na produção das três carnes. Já na exportação, aumento de quase 20% para a carne bovina e de pouco mais de 7% para a carne avícola, enquanto caem as exportações de carne suína (17,86% a menos).
Aceitas todas as projeções, a participação do Brasil na produção total das três carnes sofre ligeiro declínio em relação ao registrado no triênio 2019-21. Na exportação aumenta (também ligeiramente) a participação das carnes avícola e bovina e, opostamente, cai a de carne suína. De toda forma, o Brasil estará respondendo por quase um quinto de toda a carne exportada no mundo.
Ao finalizar, é interessante observar que o volume previsto pela OCDE/FAO para 2031 no tocante às exportações brasileiras de carne avícola – 4,5 milhões de toneladas – deverá ser ultrapassado já no corrente exercício – apenas com a carne de frango, isto é, sem considerar as demais carnes avícolas exportadas pelo País.