O mês de agosto foi positivo para a suinocultura brasileira, com expressivas altas tanto no preço do suíno vivo quanto nos principais cortes no atacado. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos mantiveram uma atuação intensa na compra de animais vivos durante grande parte do mês, o que, aliado a uma oferta ajustada, impulsionou a curva de preços.
“A reposição entre atacado e varejo foi mais fluida na primeira quinzena, mas perdeu força ao se aproximar do final de agosto, algo esperado devido à menor capitalização das famílias, que reduz o apelo ao consumo”, explicou.
De acordo com Maia, a exportação desempenhou um papel crucial, ajudando a reduzir a disponibilidade de carne suína no mercado interno. Além dos grandes volumes exportados, o preço médio da tonelada está em recuperação, o que beneficia as margens da indústria e, por extensão, a dinâmica de negócios com o suíno vivo no interior do país.
Ainda de acordo com o analista, o dólar mais forte também favorece a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. “Suinocultores permaneceram otimistas ao longo do mês, com margens saudáveis, preços fortes do vivo e custos sob controle”, completou.
Preços
Levantamento de Safras & Mercado apontou que o mercado de suíno vivo no Brasil registrou aumentos significativos de preços entre 31 de julho e 28 de agosto, com variações expressivas nas principais praças do país. A média de preços do Centro-Sul subiu 10,39%, passando de R$ 6,86 para R$ 7,57 por quilo, o que representa um incremento de R$ 0,71.
Em São Paulo, os preços CIF para frigoríficos saltaram de R$ 148,00 para R$ 168,00 por arroba, uma alta de 13,51%, ou R$ 20,00. No Rio Grande do Sul, os preços da integração subiram 4,46%, de R$ 5,60 para R$ 5,85 por quilo, enquanto no mercado interno a alta foi de 11,03%, chegando a R$ 8,05 por quilo. Santa Catarina apresentou comportamento semelhante, com a integração registrando aumento de 4,42%, para R$ 5,90 por quilo, e o mercado interno subindo 12,33%, alcançando R$ 8,20 por quilo.
A análise mensal de preços de Safras & Mercado também apontou para aumentos notáveis em outros estados. Em Mato Grosso do Sul, os preços em Campo Grande subiram 13,04%, para R$ 7,80 por quilo. Em Goiás, Goiânia liderou com a maior alta percentual, de 16%, elevando os preços de R$ 7,50 para R$ 8,70 por quilo. Em Minas Gerais, o mercado independente registrou um aumento de 15%, com o preço subindo de R$ 8,00 para R$ 9,20 por quilo.
Exportações
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 176,579 milhões em agosto (17 dias úteis), com média diária de US$ 10,387 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 72,650 mil toneladas, com média diária de 4,273 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.430,50.
Em relação a agosto de 2023, houve alta de 0,5% no valor médio diário, recuo de 1,6% na quantidade média diária e avanço de 2,2% no preço médio. Os dados foram divulgados pela