Puxado pelas carnes bovina e de frango, em junho do ano passado o Índice de Preços das Carnes da FAO atingiu recorde histórico – 125,92 pontos, o que significa que elas chegaram a valer, em conjunto, pelo menos um quarto a mais que no triênio 2014/2016, período-base do atual índice.
Pois oito meses depois elas já perderam mais de 10% daquele preço, com isso retornando – na média – a valores de meados de 2021.Fecharam fevereiro de 2023 valendo 111,95 pontos.
O retrocesso maior, no caso, recaiu sobre a carne bovina, que já no início de 2022 chegou a superar os 137 pontos, ou seja, alcançou valor quase 40% superior ao do período-base (100 pontos). Em fevereiro último foi cotada por 109,75 pontos, valor que significou aumento de 0,25% sobre o mês anterior, mas que se encontra 19% abaixo do registrado um ano atrás.
A carne de frango também enfrentou retrocessos após o pico de preços de meados de 2022, quando foi comercializada por valor próximo dos 135 pontos. Como em fevereiro último foi cotada por 113,37 pontos, registra quedas de 3,97% e de mais de 15% em relação, respectivamente, ao mês anterior e ao pico de preços histórico. Mas ainda vale perto de 5% mais que um ano atrás, em fevereiro de 2022.
Nesse contexto, a única carne a vir apresentando evolução positiva é a suína que, depois de iniciar o ano passado no fundo do poço (85,77 pontos em janeiro de 2022, valor quase 15% inferior à média do triênio 204/2016), chegou a este último fevereiro valendo 110,51 pontos, ou seja, com valorização não só mensal (+3%), mas também anual: ganho de, praticamente, 25% sobre o valor alcançado em fevereiro de 2022.
A questão, aqui, é que, desde a década passada, foram poucas as vezes em que os preços da carne suína alcançaram ou superaram os 100 pontos registrados em 2014/2016. Desde então, os máximos registrados ocorreram em setembro e dezembro do ano passado, meses em que o preço da carne suína se aproximou dos 210 pontos. Quer dizer: em relação ao período-base, a maior valorização não chega a 10%.
Note-se, de toda forma, que no momento o preço da carne suína se encontra quase 1 (um) ponto acima do preço da carne bovina, fato raro na história das duas carnes.