Foi o que sinalizou o CEO da BRF, Lorival Luz, em teleconferência com analistas na manhã de ontem. Segundo ele, a empresa, a maior do país em carnes de frango e suína, conseguiu, com uma eficiente gestão de custos, garantir insumos com preços abaixo da média de mercado no primeiro trimestre, mas reajustes no varejo ainda se fazem necessários.
Os custos com grãos e embalagens seguirão aumentando, afirmou Luz. “Temos muita competitividade da nossa área de suprimentos, para no segundo semestre, cada vez mais, esses custos impactarão”, disse ele.
O executivo ponderou que o aumento de custos afeta toda a indústria, não só no Brasil mas também no mundo. “O milho não está mais caro só aqui. Está mais caro no mundo inteiro. A base de custo mudou de patamar”, acrescentou.
No Brasil, ainda há dificuldade para repassar os preços, mas no exterior os sinais são mais positivos. “O mercado externo está respondendo de forma mais rápida ao ajuste de preço”, acrescentou.
Como informou o Valor, a BRF encerrou o período de janeiro a março com lucro líquido de R$ 22 milhões, ante prejuízo de R$ 38 milhões em igual intervalo de 2020, e receita líquida 18% maior na comparação (R$ 10,6 bilhões). O Ebitda ajustado registrou leve queda, para R$ 1,2 bilhão, “Além disso, garantimos uma geração de caixa de R$ 707 milhões”, realçou Luz.
Segundo a empresa, o Segmento Brasil registrou receita líquida de R$ 5,4 bilhões, 15,1% mais que no primeiro trimestre do ano passado, enquanto no segmento internacional a receita operacional bruta aumentou 20,1%, para R$ 4,8 bilhões.
No front externo, Luz demonstrou preocupação com as novas exigências sanitárias impostas pela Arábia Saudita, um importante mercado para a companhia. Mas a BRF continua forte no país, garantiu o CEO.