O surto de peste suína africana (PSA) na Alemanha marca uma virada para a indústria suína alemã, segundo análise do Rabobank. A queda nas exportações levou ao excesso de oferta e os preços baixos resultantes estão acelerando a racionalização da base de produção.
O rescaldo da pandemia Covid-19, questões estruturais de longo prazo e mudanças na demanda global também afetam o mercado de carne suína. A cadeia de suprimentos de suínos da Alemanha passou por muitos desafios no passado e, embora as coisas estejam claramente diferentes desta vez, esperamos que a resiliência que a indústria de suínos mostrou no passado a ajudará a enfrentar o pior desta tempestade. A situação na Alemanha tem implicações mais amplas para o resto da Europa.
Segundo o reporte do Rabobank, dois aspectos que às vezes são esquecidos quando se considera o significado do surto de PSA na Alemanha. A primeira é que a Alemanha perdeu sua posição de maior produtor e exportador de carne suína na Europa, criando oportunidades para outros países produtores de carne suína. A segunda é que as cadeias de suprimento de carne suína na Europa Ocidental podem tirar lições das experiências da Alemanha.
Exatamente como essas oportunidades funcionarão, o tempo dirá, mas as perguntas já estão surgindo. A principal delas é como o impacto do PSA, combinado com outras questões que afetam o mercado na Alemanha, pode desencadear uma mudança na base de energia da carne suína europeia. Conforme a análise do banco, poderia consolidar o papel da Espanha como o maior produtor de carne suína, mas também poderia abrir oportunidades para outros países produtores de segunda linha, como Dinamarca e Holanda, que há muito tempo permanecem à sombra da Alemanha.