A Peste Suína Africana (PSA) é uma doença viral, hemorrágica e, na maior parte das vezes, letal, que acomete suínos, mas não é transmissível para seres humanos. Desde 2016 a doença voltou a se espalhar pelo mundo; saiu da África, atingiu a Ásia Central e de lá migrou para o leste europeu, sudeste asiático e China. Somente as Américas e a Oceania continuam livres desse vírus.
A PSA não é novidade no país, em 1978 chegou em terras brasileiras por meio de um voo vindo da Península Ibérica que posou no aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Os restos de comida consumidas dentro da aeronave foram despachadas para uma granja de suínos o que acabou infectando os animais. Rapidamente, com a venda dos suínos, o vírus se espalhou. “Conseguimos um feito em tempo recorde devido ao trabalho que foi feito pelas autoridades na época. Outros países tiveram prejuízos muito maiores que os nossos e mais dificuldade para erradicar a doença, que é altamente contagiosa. Os nossos auditores fiscais federais agropecuários são peça chave não só para combater, mas nesse momento, para prevenir que a Peste Suína Africana volte a assolar o país”, ressalta Josélio de Andrade Moura, médico-veterinário especialista com atuação internacional em controle da peste suína africana, que participou do combate à doença no Brasil entre 1978 a 1984, quando a PSA foi erradicada no país.
De acordo com o especialista, o vírus da peste suína africana tem o potencial de se espalhar rapidamente. A principal via de transmissão é pelo contato direto entre suínos infectados e suscetíveis ou por meio da ingestão de produtos de origem suína contaminados com o vírus. Outra via de transmissão é por carrapatos, quando estes sugam o sangue de suínos infectados e depois se alimentam de outros suínos.
O professor de medicina veterinária da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Barros de Melo, explica que a única maneira de evitar que a Peste Suína Africana volte ao território brasileiro é a vigilância. “É necessário reforçar a vigilância, especialmente nos aeroportos, portos e fronteiras secas, para evitar que a PSA entre no país. Caso isso aconteça o resultado será ainda mais devastador que em 1978”, afirma.
Segundo o ANFFA Sindical (Sindicato Nacional de Auditores Fiscais Federais Agropecuários), há hoje 2.542 auditores fiscais federais agropecuários na ativa. “Estamos com o contingente reduzido devido ao grande número de auditores que se aposentaram nos últimos anos e também por falta de concurso público para suprir a demanda desses profissionais de carreira”, ressalta Janus Pablo, presidente do ANFFA Sindical.