Os portos de Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas, administrados pela empresa pública PortosRS, estão com as atividades suspensas por tempo indeterminado, devido à cheia do rio Guaíba, no Rio Grande do Sul. As informações são da própria autoridade portuária e do Ministério dos Portos e Aeroportos. A meteorologia mantém alertas de inundação na região e áreas de maior risco estão sendo evacuadas.
“Estivemos lá no domingo (5), o porto está acima do nível [das águas] mas neste momento ele não está operando, estamos trabalhando para esperar a água baixar e ver qual foi o tamanho do dano causado”, afirmou o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na inauguração de reformas do Cais da Gamboa, no Rio.
Os terminais de Pelotas e de Porto Alegre já estavam paralisados por causa das fortes chuvas e inundações que atingem mais de 300 municípios gaúchos. A área do porto de Porto Alegre foi evacuada preventivamente na última quarta-feira (1/5), e os equipamentos essenciais foram elevados para minimizar danos e perdas. O porto de Pelotas chegou a operar com restrições no fim de semana, mas foi posteriormente fechado.
Segundo o ministro Silvo Costa Filho, parte da estratégia logística do governo para envio de insumos médicos, alimentação, colchões, entre outros mais complexos estão sendo feitos a partir do Porto de Santos (SP), do Porto do Rio de Janeiro e do Porto de Itapoá (SC).
De acordo com monitoramento de Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul, que acompanha o nível do Rio Guaíba de hora em hora, ao meio-dia de segunda-feira (6), o nível era de 5,27 metros.
Em 1941, quando ocorreu outra enchente histórica em Porto Alegre (agora a segunda maior já registrada), a vazão da água da bacia do Guaíba elevou o nível da Lagoa dos Patos, gerando uma enchente prolongada e de grandes proporções em Pelotas e Rio Grande. Agora, a situação deve se repetir.
Segundo a Metsul Meteorologia, Rio Grande e Pelotas deverão ter inundações severas durante esta semana. A grande quantidade de água que gerou as enchentes na Grande Porto Alegre se desloca do Lago Guaíba para a Lagoa dos Patos, que banha os dois municípios e deságua no mar na Barra de Rio Grande.
A Metsul destaca que o vento norte, que ajuda a empurrar a água do Rio Guaíba para a Lagoa dos Patos, sopra até quarta-feira, ajudando a reduzir o nível da enchente da região metropolitana de Porto Alegre. O ingresso de vento sul, com ar mais frio, que segura as águas, deve ocorrer na quinta-feira, mas não deve ser muito forte. A previsão da Defesa Civil é de que as águas baixem para 4 metros entre cinco e dez dias.
No último sábado foi concluída a operação de remoção dos dois rebocadores que colidiram contra a ponte nova do Guaíba, em Porto Alegre, na última sexta-feira (3). As embarcações estavam atracadas em uma marina de onde se desprenderam após a elevação do nível das águas.
Movimentação
Os portos do Rio Grande do Sul são responsáveis por conectar a produção estadual com o mundo e atualmente 30% do Produto Interno Bruto gaúcho alcança o mercado internacional através das unidades operacionais da Portos RS. O maior catalisador dessa relação comercial é o Porto do Rio Grande, principal ponto de escoamento da produção agropecuária gaúcha.
Em 2023 o desempenho dos portos atingiu o segundo melhor resultado dos últimos cinco anos, com um volume superior as 44,8 milhões de toneladas movimentadas. Passaram pelas hidrovias gaúchas 3.691 embarcações, sendo 2.971 delas com destino ao Porto do Rio Grande, 571 para o Porto de Pelotas e outras 149 em direção ao Porto de Porto Alegre.