Lideranças relatam que a demanda está superando a oferta, e que além da alta no valor do vivo, preço da carcaça também vem se recuperando.
Ontem, a quinta-feira (11) marcou mais uma semana de alta nos preços dos suínos vivos no mercado independente. A virada na curva de cotações, que até duas semanas atrás estava em queda, intriga lideranças do setor, que relatam que a demanda está começando a superar a oferta de animais para abate.
Em São Paulo, segundo informações do presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos durante a realização da bolsa nesta quinta-feira (11). Entretanto, ao longo da tarde, foram registradas comercializações dentro do valor solicitado pelo produtor de R$ 8,00/kg vivo.
“Neste início de fevereiro houve uma melhora nas exportações de carne suína, e vimos também uma redução na entrada de animais vindos da região sul do país em São Paulo, o que fez com que frigoríficos paulistas procurassem os produtores de São Paulo para negociar os lotes”, disse Ferreira.
Minas Gerais, que também negocia os animais no mercado independente às quintas-feiras, também registrou aumento de preço, passando de R$ 6,80/kg para R$ 7,60/kg vivo. O condultor de mercado da Associação de Suinocultores do Estado de Mians Gerais, Alvimar Jalles, explica que o mercado mineiro está extremante comprador, com a demanda claramente superior à oferta.
“A plataforma de dados da Bolsa indica claramente essa melhora nas vendas a partir do final de janeiro.
Esse contexto permitiu mais uma recuperação nos preços que se traduziu em uma alta acordada entre as partes”, pontuou Jalles.
O preço do quilo do suíno vivo no mercado independente aumentou também em Santa Catarina, partindo de R$ 7,10/kg para R$ 7,60/kg vivo, segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi.
“O consumo no mercado interno melhorou um pouco e as indústrias estão projetando exportação maior devido aos problemas sanitários no exterior, aproveitando preços baixos para fazerem vendas futuras mais caro”, explicou Lorenzi
Considerando a média semanal (entre os dias 04/02/2021 a 10/02/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,73%, fechando a semana em R$ 6,51.
“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,75”, informou o relatório do Lapesui.
No mercado gaúcho, de acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdeci Folador, a expectativa é de que a negociação que é realizada todas as sextas-feiras resulte em alta amanhã (12).
“O preço está há duas semanas estável em R$ 7,18/kg vivo, e com essas altas, principalmente nos Estados do sudeste, acredito que deva puxar o preço daqui para cima”, disse.