Com a desaceleração da economia global e as contínuas restrições à circulação de pessoas na China para conter a covid-19, o Banco Mundial prevê que os preços médios das commodities agrícolas cairão 4,5% em 2023. Neste ano, as cotações deverão acumular alta de 13,4%.
As estimativas do Banco Mundial aparecem no relatório Commodity Markets Outlook. https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/38160/CMO-October-2022.pdf Segundo a instituição, o indicador de preços de commodities agrícolas chegará a 123,2 pontos no fim de 2022 e terminará o próximo ano em 117,7 pontos.
Para o café arábica, o banco prevê que os preços médios cairão 6,8% em 2023, depois de encerrarem este ano em alta de 30,8%. Para a soja, a estimativa é de aumento de 16,6% em 2022 e de queda de 4,4% no ano que vem, e para o milho, de recuo de 7,9% em 2023, após uma elevação de 21,4% neste ano. Já as cotações do trigo devem aumentar 36,4% em 2022 e cair 4,7% no próximo ano. O cacau deverá ser a única das commodities que compõem o indicador a se desvalorizar nos dois anos: a projeção é de recuo de 3,2% em 2022 e de 2,1% em 2023.
“Apesar da queda esperada [para o próximo ano], os preços da maioria das commodities continuarão altos se comparados com suas médias históricas”, diz a instituição no relatório.
Segundo o Banco Mundial, inúmeras incertezas ainda podem mudar essas projeções de preços. Nessa lista estão interrupções no fornecimento de energia, deterioração das perspectivas econômicas globais (como resultado de uma eventual aceleração do aperto monetário nas principais economias e de uma valorização adicional do dólar), clima adverso (incluindo um La Niña pelo terceiro ano consecutivo) e medidas que restrinjam o comércio internacional.