Depois de atingirem recorde histórico em março passado, os preços dos alimentos (aqui medidos pelo FFPI, sigla, em inglês, do Índice FAO de Preços dos Alimentos) entraram em retrocesso contínuo e, em novembro último, praticamente voltaram aos mesmos níveis de um ano atrás.
Porém, permanecem elevados, pois – em relação ao período-base adotado pela FAO (2014/2016 = 100) – registram aumento de mais de 35%, variação que se concentrou no biênio 2021/2022, pois entre 2017 e 2020 os preços registrados ficaram mais de 3% abaixo da média-base.
Considerados os preços alcançados em novembro, óleos vegetais e cereais foram os alimentos de maior peso nessa alta, pois atingiram, no mês, valores mais de 50% superiores aos de 2014/2016. No campo oposto, com uma das mais baixas valorizações do período, ficaram as carnes, cujos preços se encontram apenas 17% acima do período-base.
Esperava-se mais dos cereais, cujos preços iniciaram processo de queda após o pico de maio passado. Mas aí começaram a ser sentidos os efeitos da guerra na Ucrânia e novas altas ocorreram. Em novembro, seus preços retrocederam 1,27% em relação ao mês anterior, movimento que abrangeu o milho e demais grãos forrageiros. Efeito não só da retomada do trânsito no Mar Negro – explica a FAO – mas também do reinício, nos EUA, do transporte de grãos pelo Rio Mississipi.
As carnes, por seu turno, continuaram registrando queda de preços, retrocedendo, em novembro, ao menor patamar dos últimos nove meses. Em termos anuais ainda apresentam valorização de 4% sobre o mesmo mês de 2021. Mas, consideradas as perdas dos últimos meses (redução de, aproximadamente, 1,5% ao mês), tendem a entrar em 2023 com preços inferiores aos do início do corrente exercício.