Levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO estima uma produção de 181,84 milhões de toneladas para a safra 2021/22 de soja na América do Sul, abaixo da projeção anterior de 209,15 mi de t. Caso essa redução se confirme, representaria um corte de 8% sobre o recorde de 198,35 mi de t da temporada 2020/21.
Contudo, em relação à área, prevê-se um novo recorde histórico: 62,71 milhões de hectares, levemente acima dos 62,66 mi de ha projetados no relatório anterior, divulgado em novembro, e 2% superior aos 61,43 mi de ha colhidos na revisada safra 2020/21.
“Em relação à produtividade média, apesar do bom nível de utilização de insumos, a nova projeção já leva em conta a tentativa de avaliação das perdas severas provocadas pelas chuvas escassas e irregulares durante os meses de novembro a janeiro em parte da região produtora, incluindo o Centro-Sul do Brasil, Paraguai e parte da Argentina e Uruguai”, ressalta Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.
Para o Brasil, o maior produtor de soja do mundo, estima-se uma produção de 130,26 mi de t, bem abaixo das 144,07 mi de t da intenção de plantio. Caso se concretize, significaria uma queda de 5% sobre as 137,82 mi de t do recorde obtido no ano passado. Para a área, projeta-se 40,87 mi de ha, ante 39,18 mi de ha em 2020/21, garantindo, dessa forma, o 15º ano consecutivo de aumento.
Devido aos problemas de escassez de umidade, a projeção para a Argentina foi reduzida de 48,00 mi de t para 41,00 mi de t de soja, volume 10% abaixo da temporada passada. A expectativa é de uma área inferior, passando de 17,10 mi de ha para 16,50 mi de ha; a área a ser colhida passou de 16,50 mi de ha para 16,10 mi de ha.
Em relação à área do Paraguai, a DATAGRO estima 3,60 mi de ha, ante 3,35 mi de ha em 2020/21; a produção, em virtude do clima irregular, deve ser de apenas 4,68 mi de t, no somatório das safras de verão e de inverno, contra 9,70 mi de t em 2020/21.
Para a Bolívia, o levantamento indica que a área pode alcançar um novo recorde, passando dos atuais 1,43 mi de ha para 1,45 mi de ha; a produção, 3,40 mi de t, acima do potencial inicial de 3,19 mi de t.
Para o Uruguai, projeta-se uma área a ser colhida de 1,08 mi de ha, bem abaixo da área plantada de 1,18 mi de ha e ainda mais distante da estimativa inicial de 1,23 mi de ha. O potencial produtivo está previsto em 2,50 mi de t, volume 12% inferior à projeção anterior de 2,83 mi de t, no entanto, 23% acima do colhido na última safra.