Senão na receita cambial, a interrupção das exportações de carne bovina para a China começa agora a se refletir no balanço exportador das carnes de 2021. Assim, como há tempos não se via, o total acumulado pelo produto fecha os 10 primeiros meses do corrente exercício com redução de volume – de 4,39% para a carne in natura e de 3,19% para a média entre in natura e industrializados, o que significa que estes últimos continuam com evolução positiva.
Menos mal que a carne bovina permaneça em forte valorização no mercado internacional. Isto garante que, até aqui, a receita cambial gerada pelo produto seja 15,77% maior que a registrada nos mesmos 10 meses do ano passado.
Registrando forte desaceleração nos últimos meses, as exportações de carne suína – que fecharam o primeiro semestre do ano com aumento anual de mais de 17% no volume embarcado – agora registram incremento anual pouco superior a 13%. Enfrentam, também, redução no preço médio, mas isto ainda não se reflete na média do ano, 7% superior à média dos mesmos 10 meses de 2020. Com isso, a receita cambial do produto permanece mais de 20% acima da alcançada entre janeiro e outubro do ano passado.
Comparativamente, quem caminha na direção oposta é a carne de frango. Fechou o primeiro semestre com aumentos de 6% no volume embarcado, de 3,8% no preço médio e de 10% na receita cambial. Completa, agora, os 10 primeiros meses de 2021 com um volume quase 10% maior e um incremento de 13,38% no preço médio. Resultado: aumento, na receita cambial, de 24,48%, quase um quarto a mais que há um ano.
Em decorrência desses desempenhos, a participação da carne bovina na receita cambial obtida no período recuou 3,33%, ficando em 47,25%. A da carne suína aumentou 1,21%, encontrando-se agora em 13,38%. E a da carne de frango registrou incremento de 3,94%, representando 36,71% do total apurado pelo Ministério da Agricultura junto aos dados da SECEX/ME.