Os prognósticos cada vez menos favoráveis para as safras de soja e milho no Brasil podem ter reflexo na balança comercial brasileira. Ao considerar as projeções atuais de preço, produção e exportação para ambos os grãos, a Pine Agronegócios estima uma perda de US$ 17,74 bilhões na balança comercial em 2024, recuo de 5,16% em relação ao fechamento do ano passado.
“O preço médio mais baixo [da soja e do milho] tende a desestimular o produtor rural a produzir para o mercado externo, a depender da margem. Simultaneamente, tende a garantir maior competitividade do produto brasileiro quando a demanda se mostra aquecida”, destaca Pine, em relatório.
Nos cálculos da empresa, o preço médio da soja saiu de US$ 0,52 o quilo em 2023 e está projetado em US$ 0,43 o quilo neste ano. Para o milho, o valor caiu de US$ 0,24 o quilo para US$ 0,22 na mesma comparação.
Apesar do resultado negativo para a balança comercial, a Pine diz que o resultado projetado para 2024 pode ser visto com uma leve correção quando comparada com os últimos dois anos, quando a produção e as exportações tiveram desempenho acima da média.
“A problemática, porém, reside na baixa margem dos produtores que arcaram com altos custos de insumos e tem um momento de baixo preço na venda, deteriorando suas margens”, diz a consultoria.
Em seu último relatório sobre a safra de grãos brasileira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu uma colheita de soja de 155,3 milhões de toneladas, volume que seria 0,4% maior que a produção da temporada 2022/23. Por outro lado, algumas empresas privadas projetam uma safra abaixo de 150 milhões de toneladas.
Em relação ao milho, cujas as estimativas ainda são preliminares, a produção brasileira deve somar 117,6 milhões de toneladas, queda de 11% se comparada com a safra anterior.