No estudo conjunto anual em que avaliam as tendências da produção e comércio mundiais de carnes, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam que só na próxima década, por volta de 2033, é que as exportações de carnes retornarão aos níveis recordes alcançados entre 2020 e 2021.
Analisando os resultados daquele biênio, o novo estudo OCDE/FAO observa que os níveis historicamente elevados então registrados – pouco mais de 40 milhões de toneladas das carnes de frango, suína, bovina e ovina – foram devidos, em grande parte, à excepcional demanda por parte da China durante o surto de Peste Suína Africana. Na época, o país chegou a absorver um quarto das importações globais.
Com a recuperação da produção chinesa e sua política pela busca de autossuficiência tanto em suínos como em frangos, o comércio global de carnes tende a contrair-se até o ano que vem, só reiniciando nova escalada a partir de 2026. Mas de forma bem mais lenta que anteriormente, o que sugere que os níveis globais do início desta década somente voltarão a ser novamente alcançados por volta de 2033. Isto, com a ajuda de uma demanda maior pelos países africanos.
As exportações das carnes bovina e de frango devem chegar a esse resultado um pouco antes – em torno de 2029. Já a recuperação da carne suína fica mesmo para 2033.
A expectativa é a de que as Américas do Norte e do Sul representem mais da metade (cerca de 56%) das exportações globais de carnes, participação que permanecerá estável durante todo o período analisado. Neste caso, os dois principais players, Brasil e EUA, também manterão a estabilidade participativa, cada um respondendo por 20% das exportações globais.
OCDE e FAO estimam, ainda, que Argentina, Austrália, Brasil e Tailândia registrem aumento mais significativo nas exportações globais de carne, beneficiando-se de taxas de câmbio mais favoráveis e disponibilidade de insumos para alimentação animal.
Clique aqui para acessar, no site da OCDE, a íntegra do documento “Perspectivas agrícolas OCDE-FAO 2024-2033