O Rabobank divulgou nesta terça-feira o estudo que traz o panorama semanal do cenário macroeconômico brasileiro. No Brazil Weekly, os especialistas do Rabobank, Maurício Une e Renan Alves, trazem uma análise com o título ‘Recalibrando a trajetória’.
Confira o overview desta edição:
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Externamente, o governo dos EUA enfrenta sua primeira paralisação (shutdown) em quase sete anos devido a um impasse sobre subsídios de saúde, afetando serviços públicos e potencialmente impactando a economia. Domesticamente, Câmara aprova projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Nos fez revisarmos nossa previsão de crescimento do PIB para 2026, elevando-a de 1,3% para 1,6%. Nossa visão: incerteza tarifária e geopolítica aumenta e o dólar terminou a semana anterior em R$ 5,3384, implicando uma apreciação de 0,10% do real frente à moeda americana na semana (o décimo pior desempenho semanal numa cesta de 24 moedas emergentes). Assim, além do forte diferencial entre juros locais e externos e o enfraquecimento do dólar globalmente, esperamos que o dólar termine o ano cotado em R$ 5,55 (ante US$/R$ 5,75).
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IGP-M continua a subir, puxado por inflação ao consumidor. Em setembro, o IGP-M registrou a primeira alta de 0,42% m/m (mercado: 0,36%; Rabobank: 0,41% m/m; ago: 0,36%). Enquanto que o IPA confirma reversão de queda e sobe pelo segundo mês consecutivo.
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Produção industrial (PI) interrompe tendência de queda na ponta após quatro meses sem crescimento. Em agosto, a PI reverteu a tendência de queda dos meses anteriores, com um crescimento de 0,8% m/m (mercado: 0,5% m/m; Rabobank: 1,0% m/m; jul-25: -0,1% m/m; ago-24: -0,3% m/m). Em base anual, a produção industrial caiu 0,7% a/a (mercado: -0,5%; Rabobank: -0,4%; jul-25: 0,2%; ago-24: 2,3%).
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Sem grandes novidades, mais um resultado deficitário para o mês. Em agosto, o Tesouro Nacional relatou que o GC registrou déficit de R$15,6 bilhões (mercado: R$ -19,7bi; Rabobank: -19,9 bi; jul: R$ -59,2bi). Receita cresce em agosto acima da despesa, mas não vemos isso com frequência.
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Criação de vagas desacelera e sugere sinais de arrefecimento no mercado de trabalho. O relatório do CAGED do Ministério do Trabalho expôs que foram gerados, em termos líquidos, 147,4 mil empregos formais em agosto (mercado: 182 mil; jul-25: 147,4 mil; ago-24: 188,0 mil). Com ajuste sazonal, a economia criou 108,4 mil novos empregos (jun-25: 97,9 mil; jul-24: 232,5 mil). A taxa de desemprego permanece no mínimo histórico, em linha com as expectativas.
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No Brasil, o principal destaque é a divulgação do IPCA de setembro, projetado pelo Rabobank em 0,51% m/m ou 5,21% a/a. Na segunda, há a divulgação do saldo da balança comercial de setembro. Na terça, temos o IGP-DI de setembro. Na região, os destaques são os dados de IPC de Colômbia para setembro (ter.), IPC de Chile para setembro (quar.) e Taxa de Juros de Peru na quinta.