A falta de chuvas persiste em quase todo o País, o que ocasiona forte déficit hídrico nos últimos dois meses, com o índice de vegetação (NDVI) apresentando evolução ruim desde o fim de abril. A exceção é o Rio Grande do Sul, onde a precipitação acumulada desde o fim de abril atingiu 556,3 milímetros, cerca de 115% acima da média, mostra análise da EarthDaily Agro, empresa que monitora áreas agrícolas a partir de análises de imagens de satélite.
Apesar da proximidade com o inverno, que começou oficialmente ontem (20) no Hemisfério Sul, as temperaturas não diminuíram conforme o padrão histórico. Nos últimos 10 dias estiveram de 3 graus a 7 graus acima da normalidade no Centro-Sul do País, diminuindo a possibilidade de geadas no fim do ciclo do milho safrinha, principalmente no Paraná.
“No oeste do Paraná, as temperaturas foram recordes em comparação com os últimos 20 anos. Esse calor diminui os riscos de geadas, mas aumenta a evapotranspiração, reduzindo a umidade do solo, um fator que pode afetar o fim do ciclo do milho safrinha e início da safra de trigo”, disse em comunicado o analista de cultura da EarthDaily Agro, Felippe Reis.
A umidade do solo está baixa em importantes regiões produtoras de trigo, como Paraná e São Paulo. No Rio Grande do Sul, a alta umidade provocada pelas fortes chuvas impede operações de campo e pode prejudicar a área destinada ao cereal.
Não há previsão de retorno das chuvas para a maior parte do País, com exceção do Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, onde chuvas acima da média ainda são esperadas.
Segundo a EarthDaily Agro, os dados revelam que o início de inverno começa quente, com temperaturas acima da média em quase todo o País, diminuindo o risco de geadas no Sudeste do Mato Grosso do Sul. A umidade do solo continuará baixa em importantes regiões produtoras de trigo como Paraná e São Paulo, atingindo 50% abaixo da média em algumas localidades. Ainda há tempo para recuperação, mas isso depende de mais chuvas, não previstas para os próximos dias.