Com 280 granjas e 112 mil matrizes de suínos, Mato Grosso do Sul tem se destacado como um polo de excelência em produção e sustentabilidade na atividade. Todo este potencial, os incentivos dados pelo Governo do Estado, os projetos de investimentos e programas de tecnologia e sustentabilidade foram apresentados quarta-feira (20) pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) Rogério Beretta, que participou da abertura da terceira edição do Simpósio Abraves/MS, representando o governador do Estado Eduardo Riedel. Ele também proferiu palestra abordando a Suinocultura de MS, resultados e perspectivas.
O evento é realizado pela Associação de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos do Mato Grosso do Sul – Abraves/MS e reúne médicos-veterinários, pesquisadores, estudantes, produtores rurais e demais profissionais ligados à suinocultura, até amanhã, no Espaço Bosque Expo, em Campo Grande.
No discurso de abertura do simpósio, Beretta exaltou a importância dos veterinários especializados em suínos e o trabalho em prol de uma produção cada vez mais eficiente. Ele salientou que por meio de políticas assertivas, Mato Grosso do Sul caminha para ser o Estado Multiproteína ampliando o conceito de economia circular nas propriedades e apostando na transição energética a partir de transformação de dejetos de suínos em biogás.
Até 2025, o MS tem previsão de crescimento de 50% no total de matrizes, como aponta a Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores – Asumas. Outro fator que tem impulsionado a cadeia, e a preparação do Estado para se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação.
De acordo com o secretário Rogério Beretta, o Estado tem apostado em ações efetivas, oferta de linhas de financiamento e programas voltados ao desenvolvimento da suinocultura e avicultura assim como na irrigação.
Para uma plateia de veterinários especializados em suínos, empresários e produtores Beretta destacou o projeto de gerar a base metodológica para uma economia de baixo carbono em Mato Grosso do Sul. “A meta é desenvolver e adaptar tecnologias para a redução e mitigação das emissões de gases de efeito estufa em vários setores da economia do estado, contribuindo para atingir os objetivos do Programa Estadual de Mudanças Climáticas – PROCLIMA. E a suinocultura está bastante avançada neste sentido com a transformação dos resíduos em biogás e e até em biometano”, enfatizou.
Entre os destaques, o Estado tem mais de 3,1 milhões de hectares em áreas de integração lavoura, pecuária e floresta; é o 1º em exportação de produtos florestais; o 1º na certificação créditos de carbono relativos a desmatamento e degradação evitados no Pantanal e o 1º do mundo em áreas úmidas (REDD+ Serra do Amolar); o 2º a realizar o Inventário Climático de Emissões de Gases de Efeito Estufa e o 4ª maior redução de área desmatada (-12% em 2022 / Observatório do Clima).
Além disso, ele falou sobre os programas de incentivos com remuneração de produtores por práticas sustentáveis – PSA (PSA Uso Múltiplo e Programas Leitão Vida, Pró-Aves, Precoce MS e Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal).
Investimentos
Beretta ainda citou os investimentos que serão feitos pelas grandes indústrias de suínos no Estado na ampliação de abates. Serão mais de R$ 1 bilhão na fábrica da Seara em Dourados e abate passando para 10 mil animais por dia. Já na cooperativa Aurora em São Gabriel do Oeste os recursos investidos somam R$ 300 milhões e processamento de 5.200 animais por dia.
Ciente deste potencial, o secretário pontua que o Governo está cada vez mais melhorando os incentivos e premiando a sustentabilidade e tecnificação dos produtores por meio do Leitão Vida. “O programa que visa expandir a suinocultura de forma moderna, competitiva e sustentável está sempre passando por modernização para buscar um resultado cada vez mais eficiente”, enfatizou.
O Leitão Vida premia a eficiência e a eficácia do suinocultor, com incentivo financeiro, bem como a produzir suínos para alimentação familiar e a gerar renda por meio da agroindústria, a assegurar e manter a saúde do rebanho, inclusive o status sanitário de zona livre da Peste Suína Clássica, e a apoiar ações para a regularização das granjas suinícolas, para obtenção de licenciamento no órgão ambiental. Somente neste ano os valores superam os R$ 42 milhões em incentivos aos produtores.