Na tarde de ontem, quinta-feira (30), o mercado da soja intensificou suas baixas e, perto de 12h50 (horário de Brasília), trabalhava com perdas de dois dígitos nos principais vencimentos. Os recuos variavam entre 12,75 e 15,75 pontos, com o maio valendo US$ 10,60 e o julho, US$ 10,74 por bushel. Novamente, os futuros do grão acompanham o movimento negativo dos mercados vizinhos, com perdas no farelo, no óleo e no milho. O trigo era o único que voltava a subir na tarde de ontem.
Segundo a análise da Agrinvest Commodities, a reação dos preços vem diante do “aumento dos temores sobre a tarifação que Trump pretende implementar sobre o México e o Canadá. O mercado acredita que, na virada do mês, algumas já podem ser aplicadas. A expectativa é de que o governo de Trump aplique tarifas graduais, começando entre 10% e 15%”.
Além desta preocupação, o mercado da soja na CBOT sente ainda a pressão das vendas semanais para exportação, que vieram menores do que as expectativas. Foram vendidas 438 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 450 mil e 1,7 milhão. Em toda temporada, porém, o total já comprometido pelos EUA supera em 11% o mesmo período do ano passado.
Os traders trabalham com notícias já conhecidas e por isso as altas têm sido pontuais quando se apresentam. A safra da América do Sul segue como foco central do mercado neste momento, se distanciando do seu teto produtivo em função de adversidades climáticas. E embora este ainda seja um pilar importante para as cotações, a oferta sul-americana deverá ser recorde e as expectativas ainda exercem pressão sobre os preços.
Também no radar estão a China em período de feriado e ausente dos negócios, o impacto ainda sendo entendido das retenciones mais baixas na Argentina, o comportamento de Donald Trump e o macrocenário, em especial o comportamento do dólar.