Entre as quatro principais companhias produtoras de proteína animal do Brasil, apenas Marfrig e Minerva melhoraram sua situação, de 2021 para 2022, no ranking de sustentabilidade da Fairr Initiative – associação que reúne investidores globais com uma carteira de US$ 70 trilhões. A Marfrig, inclusive, continua a ser considerada uma companhia de “baixo risco” para investidores, sendo a única do setor, de acordo com critérios ESG – ambientais, sociais e de governança. A BRF manteve-se na mesma posição, enquanto a JBS caiu uma posição. “Apesar da metodologia ficar mais rígida, todas elas melhoraram suas pontuações gerais de fatores de risco, exceto a JBS (-4%)”, disse a associação de origem britânica em nota.
Segundo a Fairr, entre os nove fatores de risco, a Marfrig melhorou sua pontuação em sete, entre eles estão o uso de água, governança, condições de trabalho e antibióticos. A avaliação, em geral, avançou em razão da divulgação detalhada de ações e informações nessas áreas. A companhia está atrás apenas das norueguesas Mowi e Grieg Seafood, ambas de pescados.
No caso da JBS, a empresa permanece sendo considerada de “risco médio”. De acordo com a Fairr, que elevou o rigor do levantamento e agora só atribui as melhores notas às empresas que se comprometem a eliminar o desmate até 2025 e inclui o fim da prática dentro da lei, aponta que a política de desmatamento da companhia piorou. A associação diz que a companhia perdeu ao não se comprometer com o fim do desmatamento legal e, portanto, não ter uma data de corte associada – além de não ter incluído na meta a Austrália, que tem áreas de “alto risco” de desmatamento.
Já a BRF obteve melhorias em suas notas de segurança alimentar e condições de trabalho, mas piora em relação às emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), com aumento de 10% nas emissões dos escopos 1 e 2. A Minerva, por sua vez, subiu uma colocação, com avanços nas notas de segurança alimentar, antibióticos e emissões, mas a avaliação sobre desmatamento piorou porque o prazo de 2030 “não é vista como uma meta de melhor prática”, quando deveria ser até 2025 ou anterior.